O Dia Internacional das Mulheres é celebrado hoje, dia 8 de março. Extremamente importantes em toda e qualquer atividade que possamos imaginar, no Cinema isso não poderia ser diferente para o chamado sexo forte. Quando falamos sobre a direção, o cargo máximo na produção de um filme, apesar dela se tratar de uma atividade majoritariamente ocupada por homens, ao longo da história as mulheres também foram importantes para ele e hoje em dia existe uma luta muito grande para mudar a desigualdade exposta anteriormente.
Por conta disso, hoje preparamos uma lista de filmes onde mulheres ocuparam o cargo da direção, indo desde diretoras de clássicos consagrados, até aquelas que representam a luta contemporânea do sexo feminino por representatividade na indústria. Sem mais delongas, vamos a lista!
Cléo das 5 às 7 (1962), de Agnès Varda
Um dos nomes mais importantes do movimento cinematográfico conhecido como Nouvelle Vague Francesa (algo como a Nova Era Francesa), que teve início no final dos anos 50 e início dos 60, foi Agnès Varda. Conhecida por seus trabalhos com documentários e dramas, Varda realizou, em 1962, Cléo das 5 às 7, o seu principal trabalho nessa segunda categoria. Estrelado por Corinne Marchand, no longa, acompanhamos por cerca de 1 hora e meia Cléo, uma cantora francesa que enquanto aguarda pelo resultado de um exame que pode apontar que ela possui uma grave doença, decide vagar pela cidade de Paris. O conceito por trás do filme é, como indica o seu título, acompanharmos quase que em tempo real a jornada de angústia de Cléo, das 5 da tarde até as 7 da noite.
Quero Ser Grande (1988), de Penny Marshall
Um dos primeiros grandes papéis de Tom Hanks foi sob a direção da realizadora Penny Marshall, na comédia Quero Ser Grande (Curiosidade: Penny era esposa do também diretor Garry Marshall, de Uma Linda Mulher e O Diário da Princesa). Na trama, recheada de lições de vida tanto para crianças, quanto para adultos, acompanhamos o menino Josh (David Moscow), que após ser barrado em uma montanha-russa por conta de sua altura, pede à uma máquina dos desejos para ser grande. No dia seguinte, ele acorda no corpo de um adulto (Tom Hanks) e precisará aprender a se relacionar e se comportar como um, resultando nas já citadas lições de vida e momentos divertidos e icônicos, como o do piano na loja de brinquedos FAO Schwarz.
Trilogia Matrix (1999-2003), de Lilly e Lana Wachowski
Um dos maiores fenômenos do cinema, o primeiro longa de Matrix foi comandado pelas irmãs transgêneras Lilly e Lana Wachoski, que, mais tarde, ainda assumiriam o cargo de direção e roteiro das suas duas sequências, Matrix: Reloaded (2002) e Matrix: Revolutions (2003). A saga, que consagrou as irmãs no cinema, nos conta a história de Neo (Keanu Reeves), “o escolhido” para salvar o mundo da Matrix, um sistema artificial que manipula a população ao criar a ilusão de um mundo real enquanto se aproveita dos indivíduos para produzir energia. Um quarto filme da saga foi anunciado recentemente, com Lana Wachoski retornando como diretora única. A previsão de estreia é para dezembro de 2021.
Psicopata Americano (2000), de Mary Harron
Christian Bale estrelou Psicopata Americano, longa inspirado em um livro homônimo e dirigido por Mary Harron, que assumiu o cargo após o diretor David Cronemberg recusar assumir o comando da produção (O estúdio ainda tentou colocar Oliver Stone como diretor e Leonardo Dicaprio para o papel principal, mas Harron e Bale acabaram por serem escolhidos de vez). Na trama, acompanhamos a dia a dia de Patrick Bateman, um empresário rico, extremamente vaidoso, materialista e obcecado por sua imagem e reputação, que se revela, por trás disso, um serial killer que não aceita que ninguém seja melhor que ele em nada. Com fortes críticas de forma satírica ao American Way of Life, Psicopata Americano se tornou um clássico cult.
Encontros e Desencontros (2003), de Sofia Coppola
Encontros e Desencontros é um filme capaz de nos fazer crer que competências artísticas são herdadas geneticamente. Dirigido por Sofia Coppola, filha do lendário diretor Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão, Apocalypse Now), o longa é uma brilhantemente bem conduzida história sobre amor, relacionamentos, inseguranças e ansiedades da vida em suas mais opostas etapas. Ao longo da projeção, somos apresentados a Bob (Bill Murray), um veterano ator passando por uma crise de meia idade que encontra-se em Tóquio para gravar um comercial, e Charlotte (Scarlett Johansson), uma jovem cercada de dúvidas e angústias relacionadas a seu futuro que, por sua vez, também está em Tóquio, acompanhando seu marido, um fotógrafo que passa a maior parte do tempo trabalhando. Os dois se encontram e tornam-se grandes amigos, compartilhando suas experiências e angústias ao longo do tempo em que estão juntos.
Guerra ao Terror (2008), de Kathryn Bigelow
Vencedor do Oscar de Melhor Filme no ano de 2009, Guerra ao Terror é um angustiante longa sobre a Guerra do Iraque, no contexto da chamada guerra ao terror, a polêmica empreitada militar norte-americana de combate ao terrorismo após os atentados do 11 de setembro. Dirigido por Kathryn Bigelow, o filme nos mostra a rotina e os desentendimentos de três integrantes de um esquadrão anti-bombas (Anthony Mackie, Owen Eldridge e Guy Pearce), que, após um erro em ação, perdem um membro da equipe, resultando na chegada de um sargento extremamente sangue frio em ação para substituir a baixa. Um dos destaques de Guerra ao Terror são suas impressionantemente tensas sequências de ação sob o comando de Bigelow.
Mulher Maravilha (2017), de Patty Jenkins
Um dos maiores sucessos dos últimos anos quando o assunto é o cinema de Super-Heróis, o primeiro longa da heroína da DC Comics vivida por Gal Gadot, que contou suas origens no estilo Superman: O Filme, foi comandado pela diretora Patty Jenkins. Um dos principais nomes femininos da indústria do cinema em termos de popularidade, Jenkins vem ganhando cada vez mais respeito e confiança para assumir grandes projetos de grandes estúdios. Além de já ter comandado para Warner Mulher Maravilha 1984, sequência do longa aqui em questão, ela também foi anunciada como líder do próximo filme da saga Star Wars a pintar nas telas: Star Wars: Rogue Squadron, que tem previsão de estreia para 2023.
Lady Bird: A Hora de Voar (2017), de Greta Gerwig
Um dos maiores e mais fortes nomes femininos no cinema, atualmente, é a extremamente talentosa atriz, diretora e roteirista Greta Gerwig. Atuando ela se destacou em Frances Ha (2012), já na direção, um de seus destaques recentes foi Lady Bird, que a rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Diretor(a) no ano de 2018. Estrelado por Saoirse Ronan, a trama do filme se resume em retratar a vida de Christine, uma jovem de personalidade forte que está lidando com a chegada da vida adulta e consequentemente os conflitos e reponsabilidades advindos dela, como os desentendimentos com sua mãe (Laurie Metcaulf), um primeiro namoro e a ida à uma faculdade.
Retrato de Uma Jovem em Chamas (2019), de Céline Sciamma
Um dos mais elogiados filmes dos últimos dois anos, o francês Retrato de uma Jovem em Chamas é uma verdadeira obra-prima comandada pela diretora Céline Sciamma. No longa, situado na França do século XVIII, somos apresentados a Marianne (Noémie Merlant), uma jovem pintora que aceita a tarefa de pintar em segredo um retrato de Héloïse (Adèle Haenel), que está prometida contra a sua vontade a um futuro marido. Passando dias de observação a Héloïse, Marianne se vê cada vez mais atraída por sua modelo, com esse sentimento sendo, mais tarde, cada vez mais correspondido. A temática de artes plásticas no filme não foi apresentada somente no seu conteúdo, mas também na sua forma, tendo em vista que ela se refletiu no perfeccionismo de Sciamma em transformar cada uma das imagens que vemos ao longo da projeção em uma verdadeira pintura.
Nomadland (2020), de Chloé Zhao
Um dos nomes mais quentes da atualidade quando o assunto é direção em cinema, Chloé Zhao é a mulher por trás de Nomadland, longa lançado em 2020 e que vem sendo um dos mais aclamados na temporada de premiações de 2021, sendo no momento um dos mais fortes candidatos para o Oscar 2021, que acontece em abril. Estrelado por Francis McDormand, a trama conta a história de uma mulher que após um colapso econômico decide se transformar numa espécie de nômade dos dias modernos. Vale ressaltar que Zhao comandará Os Eternos, um dos próximos projetos da Marvel, que promete ser um dos mais ambiciosos da estúdio.
(Ps: Dedico esse texto a Eunice Salomão Safe, minha avó e a mulher mais forte que eu conheci.)
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