Aquecimento para O Caminho da Água: Avatar e a experiência cinematográfica atemporal de James Cameron!

Aquecimento para O Caminho da Água: Avatar e a experiência cinematográfica atemporal de James Cameron!

O minimalismo como forma de se contar histórias é, sem dúvidas, uma das vertentes mais frutíferas de toda a história do Cinema. É inegável, entretanto, que, na contramão do trabalho de cineastas aclamados como o Francês Robert Bresson (O Batedor de Carteiras, O Dinheiro) e o Iraniano Abbas Kiarostami (Close-Up, Gosto de Cereja), o cinema como espetáculo é, na mesma medida, um dos mais ricos da sétima arte.

Desde as raízes do cinema, com o cineasta D. W. Griffith e suas influentes produções épicas- o controverso O Nascimento de uma Nação (1915) e Intolerância (1916), passando por E O Vento Levou (1939) e chegando a exemplares mais recentes, como é o caso da trilogia O Senhor dos Anéis (2001-2003), o cinema proporcionou para as audiências obras que, movidas pelo fator grandiosidade, marcaram época na grande tela.

Dito isso, se existe um nome que merece se juntar aos de Cecil B. Demille (Os Dez Mandamentos), David Lean (Lawrence da Arábia), George Lucas (Star Wars), Peter Jackson (O Senhor dos Anéis) e tantos outros como um dos grandes realizadores do “Cinema espetáculo”, esse é o de James Cameron. Afinal, a obsessão de Cameron pelo épico e pelo aprimoramento da tecnologia no cinema foram (e ainda são) o seu maior combustível enquanto realizador.

James Cameron

No que tange esse aspecto, Avatar (2009) pode ser considerado, então, o auge da carreira de Cameron no cinema. Prestes a ganhar uma sequência (Avatar: O Caminho da Água) após 13 anos, seria chover no molhado, a essa altura do campeonato, comentar sobre as inovações tecnológicas de Avatar, até hoje a maior bilheteria de toda a história do cinema, com mais de 2,9 bilhões de dólares arrecadados em todo o mundo.

Porém, passados mais de dez anos (e dado o cenário atual da indústria), tais comentários parecem imprescindíveis. O longa de 2009 é uma produção de impacto único na história do cinema, se sobressaindo, sobretudo, no uso arrebatador da captação de movimentos, na utilização marcante do 3D, já que o filme foi um dos primeiros a ser filmado 100% com o uso dessa tecnologia, e pela construção de câmeras específicas para a sua realização, visando alcançar um grau de perfeccionismo e uma demanda por realismo na computação gráfica das mais ambiciosas já vistas na história.

A trama do filme gira em torno de Jake Sully (Sam Worthington), um fuzileiro naval paraplégico que é selecionado para fazer parte do programa Avatar. Sully é enviado para a lua de Pandora, o lar dos Na`Vi, onde ele será capaz de voltar a andar por meio de seres híbridos chamados de Avatar, que são controlados pela mente humana. A partir deles, os humanos desejam explorar Pandora em busca de extrair as riquezas do local. Porém, quando Sully conhece e acaba se apaixonando por Neyiti (Zoe Saldana), uma guerreira Na`Vi, ele passará a lutar pela sobrevivência de Pandora e de seus habitantes.

Reexibido previamente nos cinemas em 2022 (em uma espécie de “aquecimento” para o O Caminho da Água), Avatar é um filme que permanece uma experiência cinematográfica impressionante. Em que a tecnologia não está lá somente por estar, em um uso “vazio” e desprovido de impacto genuíno- semelhante àqueles vistos em tantas outras obras posteriores ao longa de Cameron, que se apropriaram especialmente do 3D para um uso dos mais genéricos e caça-níquel possível .

Na prática, todo o primor técnico supracitado é valorizado ao máximo pela boa direção de James Cameron, um cineasta cujo os méritos enquanto diretor em si são, por vezes, subestimados. Buscando a imersão máxima do espectador no universo de Pandora, a narrativa proposta por Cameron se destaca pelos panoramas e planos abertos das magníficas paisagens de Pandora. Além dos closes e planos detalhe certeiros, que valorizam cada detalhe e a beleza da computação gráfica dos personagens e das nuances daquele universo que testemunhamos em tela por quase três horas de projeção.

É importante deixar claro, de todo modo, que Avatar não é um filme perfeito. Assim como pode parecer clichê apontar as qualidades e a importância do longa-metragem com relação aos seus aspectos técnicos, os principais “problemas” do filme de Cameron também podem ser considerados como igualmente conhecidos. Desde o roteiro um tanto quanto óbvio e pragmático- uma clássica história da luta de um povo colonizado oprimido pelo colonizador (regado a uma mensagem ambientalista), até os personagens caricatos, que desfilam bordões e frases de efeito (vide o personagem do Coronel Miles, um estereótipo do vilão cruel e sem humanidade), Avatar é, de fato, um filme de conteúdo simples.

Apesar disso, a realização de James Cameron é uma experiência incontestável sob o ponto de vista de sua forma. Em suma, é uma história simples, mas não ruim, e que não falha ao ser sustentada pelo conceito de cinema enquanto espetáculo imersivo e impactante. Em 1997, Cameron já havia parado o mundo com a sua versão atemporal de Titanic. Em 2009, ele conseguiu o mesmo feito com Avatar. Resta saber o que nos aguarda em 2022 com Avatar: O Caminho da Água. Sob essa ótica, que seja um filme dos mais previsíveis!

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