“Os Filmes são memórias do nosso tempo, precisamos mantê-los vivos”
Martin Scorsese
Martin Scorsese chega aos 80 anos de idade hoje. Um dos maiores cineastas da história do cinema, o ítalo-americano construiu, ao longo de mais de quatro décadas, uma filmografia impressionante, que vai do drama aos filmes de máfia e dos documentários aos videoclipes musicais (é dele o videoclipe de “Bad“, clássico de Michael Jackson) com o virtuosimso que só um verdadeiro mestre seria capaz de impor.
Amante convicto da sétima arte, Scorsese é a principal liderança da “The Film Foundation“, instituição sem fins lucrativos que realiza um abrangente trabalho de restauração de grandes clássicos do cinema, e, provando que a idade é apenas um número, continua na ativa como diretor, com o longa “Killers of the Flower Moon” com lançamento engatilhado para 2023.
Dito isso, para celebrar a vida e obra de Martin Scorsese nessa data tão especial, vamos relembrar dez filmes do diretor que marcaram a história do Cinema!
Taxi Driver (1976)
Estrelado por Robert De Niro (que já havia colaborado com Scorsese previamente em Caminhos Perigosos, de 1973), Taxi Driver é um retrato brutal e impactante da solidão e exclusão social. Primeiro grande sucesso da carreira de Martin Scorsese, na trama, acompanhamos a história de Travis Bickle (De Niro), um perturbado veterano da Guerra do Vietnã que, por estar sofrendo de insônia, decide se tornar um motorista de Taxi pelas madrugadas de Nova York. Observando a movimentação da cidade, Travis fica enojado ao ver as ruas tomadas por corrupção, drogas e prostiuição. Quando ele conhece Iris, uma prostituta menor de idade (Jodie Foster), Bickle passa a se sentir cada vez mais decidido a se tornar uma espécie de justiceiro, embarcando em uma jornada de resultados trágicos inevitáveis.
Touro Indomável (1980)
Filmado em preto e branco de forma primorosa, Touro Indomável narra a história real da ascensão e queda do boxeador Jake LaMotta (Robert De Niro). O comportamento brutal de LaMotta, ao mesmo tempo que o leva ao topo nos ringues, culmina na sua decadência moral fora deles, destruindo seu relacionamento com sua esposa, família e amigos. Em uma das maiores e mais desafiante atuações de sua carreira, Robert De Niro chegou a engordar mais de 30 Kg para as sequências finais do longa, focadas em mostrar um LaMotta decadente. Como resultado de sua dedicação, ele venceu o Oscar de Melhor Ator no ano de 1981.
O Rei da Comédia (1982)
Nessa representação irônica e ácida sobre a busca pela fama, acompanhamos a história de Rupert Pupkin (Robert De Niro), um aspirante a comediante obcecado por se tornar uma celebridade. Ele encontra seu ídolo, Jerry Langford, um consagrado humorista e apresentador de TV (Jerry Lewis, em um papel que é uma clara referência a si mesmo) e começa a persegui-lo em busca de uma participação em seu talk show. Ao ser ignorado por Langford, Pupkin revela o lado sombrio de sua persona, e, para chantagear seu ídolo na busca do que tanto almeja, decide sequestrá-lo com a ajuda de uma amiga (Sandra Bernhard).
Depois de Horas (1985)
Uma intensa comédia de absurdos, em Depois de Horas acompanhamos a história de Paul Hackett (Griffin Dunne), um pacato operador de computadores da cidade de Nova York que odeia seu trabalho. Numa noite, cansado de sua entediante rotina, Paul decide ir até um café. Chegando lá, ele conhece Marcy (Rosanna Arquette), uma bela jovem que, por sua vez, o convida para um encontro na casa de uma amiga. Ele decide ir, e, a partir disso, uma série de eventos sem muitas explicações acontecem em sequência. Embarcando em uma jornada surreal, Paul se vê impossibilitado de voltar para casa de todas as formas possíveis.
A Última Tentação de Cristo (1988)
Inspirado em um livro homônimo de Níkos Kazantzákis, em A Última Tentação de Cristo a vida de Jesus (Willem Dafoe, em uma de suas melhores atuações) é reinterpretada por meio de um olhar humanizado à figura bíblica. Ao longo de sua trajetória como filho de Deus e messias, o salavador dos homens se vê enfrentando diversos sentimentos e tentações mundanas, como o medo e a luxúria. Em seu lançamento, o longa foi extremamente polêmico e gerou revolta em grupos religiosos fundamentalistas- o que culminou, inclusive, em um atentado liderado por um desses grupos ao teatro Saint Michel, em Paris, que foi atacado com coquetéis molotov enquanto era realizada uma sessão do filme.
Os Bons Companheiros (1990)
Saindo de cena o glamour da família Corleone visto nos filmes de O Poderoso Chefão, em Os Bons Companheiros Socorsese concebeu um retrato mais “realista” da máfia- mais próximo do qual o próprio cineasta presenciou em sua juventude na Itália. No filme, Henry (Ray Liotta, falecido em maio desse ano) é um jovem que, seduzido desde novo por todo o respeito que os mafiosos conquistavam de terceiros, sempre sonhou em ser parte da máfia local de seu bairro. Ao ingressar de fato nela, ele se torna amigo de Jimmy (Robert De Niro) e Tommy (Joe Pesci, vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu trabalho no longa). A partir daqui, a vida de Henry será repleta de realizações e decepções, e acabará até mesmo culminando em traições aos seus companheiros.
Cassino (1995)
Um retrato brutal de Scorsese sobre as engrenagens corruptas por trás da máfia e do mundo dos jogos, em Cassino o diretor nos apresenta a história do mafioso Sam “Ace” Rothstein (Robert De Niro), que, na Las Vegas do início dos anos 70, é escolhido para comandar o Tangiers Casino. De iníco, Ace alcança um grande sucesso no trabalho. Porém, com o passar do tempo, ele começa a sentir que seu império está ameaçado, por conta de problemas com Nicky Santoro, seu parceiro de negócios (Joe Pesci), sua esposa Ginger, uma ex-prostituta (Sharon Stone), e um grupo de empresários e de políticos corruptos.
Os Infiltrados (2006)
Os Infiltrados (um remake do longa Hong-Konguês Conflitos Internos) foi o filme com que, no ano de 2007, Scorsese venceu, enfim, o prêmio de Melhor Diretor no Oscar, após inúmeras tentativas ao longo dos anos. Na trama, a polícia de Boston infiltra o policial Billy Costigan (Leonardo DiCaprio) na máfia da cidade, comandada por Frank Costello (Jack Nicholson). Simultanemante, porém, Costello envia Colin Sullivan (Matt Damon) para se infiltrar na polícia como um informante. Quando ambos os lados descobrem que entre eles há um suspeito de espionagem, um conflito envolvente e recheado de reviravoltas é travado entre a polícia e os criminosos.
O Lobo de Wall Street (2013)
Um dos mais populares filmes da filmografia recente de Scorsese, O Lobo de Wall Street relata a história real de Jordan Belfort (Leonardo Dicaprio, em uma das mais vigorosas atuações de sua carreira), um corretor da bolsa de valores americana que elabora um minucioso sistema ilegal de compra e venda de ações, que o enriquece de forma estrondosa e desenfreada. Mergulhando em um mundo de excessos em todo e qualquer sentido, Belfort, entretanto, será obrigado a lidar com as consequências negativas que seus esquemas podem trazer para si e para todos a sua volta.
O Irlandês (2019)
Último filme lançado por Martin Scorsese, O Irlândes é um tributo do diretor a si mesmo e a toda uma geração eternizada por trabalhos em filmes de máfia. Baseado no livro “I Heard you Paint Houses“, de Charles Brandt, o longa narra a história de Frank Sheeran (Robert De Niro), um veterano da Segunda Guerra Mundial que divide sua vida entre os trabalhos de caminhoneiro e assassino de aluguel da máfia. Envolvendo-se diretamente com o líder sindicalista Jimmy Hoffa (Al Pacino), Sheeran será obrigado a enfrentar a decadência ética e moral quando suas escolhas acabam por culminar em traições irreparáveis.
Menções Honrosas
Selecionar dez filmes de Scorsese é uma tarefa difícil. Por isso, é justo pelo menos mencionar também outros grandes filmes do diretor, como Caminhos Perigosos (1973), Alice Não Mora Mais Aqui (1974), Cabo do Medo (1993), Vivendo no Limite (1999) e Gangues de Nova York (2002).
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