Crítica – Colorido e dinâmico, o maior acerto de Wonka é fazer com que os sonhos e motivações do protagonista importem.

Crítica – Colorido e dinâmico, o maior acerto de Wonka é fazer com que os sonhos e motivações do protagonista importem.

Eternizado na pele de Gene Wilder no clássico A Fantástica Fábrica de Chocolate, de 1971, e reintroduzido para uma nova geração no remake de Tim Burton, de 2005, em que foi interpretado por Johnny Depp, Willy Wonka é um dos maiores ícones da cultura pop. Agora em 2023, quem encarna o personagem criado pelo escritor Roald Dahl é Timothée Chalamet, um dos nomes mais queridos do momento- em especial por um público mais jovem. Intitulada apenas de “Wonka“, essa nova realização é um prelúdio que busca explorar as origens do fabricante de chocolate.

Logo de cara, a escolha pelo cineasta Paul King (de Paddington) para estar a frente da produção é um grande acerto. Wonka é um musical que evoca de forma muito precisa um clima de fantasia em sua mais pura forma, equilibrando uma magia que remete às grandes produções Disney do passado e a alguns dos mais autênticos musicais da hollywood clássica- do lado encantador e inocente de um Marry Poppins (1964) até a explosão de cores de um Cinderela em Paris (1957).

Assim, em meio a tantos blockbusters e grandes filmes de estúdio escuros e sombrios, Wonka consegue ser colorido e dinâmico. Sobretudo em seus números musicais, em que, além das cores variadas da fotografia e de toda a direção de arte, se sobressai a linguagem fluida de Paul King. No longa, a câmera do diretor passeia incansavelmente com seus travelings pelos ambientes, enquanto a montagem de Mark Everson é de cortes rápidos, fortalecendo esse tom ágil.

Entretanto, talvez nada em Wonka seja melhor do que o esforço de King e do roteirista Simon Farnaby (também autor do roteiro de Paddington 2) em humanizar a figura de Willy Wonka em si, fazendo com que os sonhos e as motivações do personagem interpretado por Chalamet importem.

Trazendo alguns trejeitos que remetem em determinados momentos ao Wonka de Gene Wilder (e um figurino mais próximo da versão de Depp), o icônico fabricante de chocolates, no filme, é estabelecido como um sonhador de bom coração cercado por um mundo de injustiças- que tem seus representantes máximos na figura de um ganancioso trio que domina a venda de chocolates e na caricata dona de uma lavanderia interpretada por Olivia Colman.

No filme, são inúmeros os momentos mais sentimentais, do flashback do protagonista criança com sua mãe, até um diálogo sobre a importância dos sonhos, pensados para conectar os espectadores com Wonka e com aqueles que com ele embarcam em sua luta contra o sistema na busca de abrir sua própria loja de chocolates- como é o caso de Noodle, uma simpática menina orfã vivida pela atriz mirim Calah Lane.

Aqui, todos os personagens secundários compõe um mundo de frustrações. E nele, o ato de vender chocolates, para além de ser a forma como Willy Wonka encontra de se conectar com sua mãe, é o personagem vendendo realizações e sonhos para outros indivíduos na mesma situação que a dele, como se ele soubesse o quão desolador é se sentir diminuído frente à ganância.

O final, no meio disso tudo, é óbvio que é dos mais felizes, com todos os personagens injustiçados alcançando suas ambições. A lição, vinda da própria mãe de Wonka, é a de que não importa o chocolate em si, mas sim com quem o compartilhamos. O chocolate adoça vidas de forma literal- e num mundo real não tão distante assim do qual vemos em Wonka, é bom ter filmes como esse que apostam na fantasia para entregar algo tão cheio de coração e esperança.

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