Naturais da cidade de Guarulhos, em São Paulo, os Mamonas Assassinas foram um dos maiores fenômenos da história da música brasileira. Em pouco menos de um ano de uma carreira interrompida de forma trágica em 1996, por conta de um acidente aéreo, a banda conquistou multidões com o humor ácido e irreverente de suas canções, vendendo cerca de três milhões de cópias de seu autointitulado álbum de estreia- o único gravado pelo grupo.
Dito isso, como cinebiografias estão em alta no atual cenário do cinema brasileiro, após longas como Mussum: O Filmis, Nosso Sonho: A História de Claudinho e Buchecha e Meu Nome é Gal, é chegada a vez da banda de Rock cômico ganhar a sua com Mamonas Assassinas: O Filme.
Abordando toda a trajetória do grupo, até existe uma tentativa do longa com roteiro de Carlos Lombardi e direção de Edson Spinello em pincelar os integrantes do grupo como excluídos que se utilizaram do humor a seu favor. A ideia é mostrar que foram as experiências pessoais e até as frustrações que moldaram o tom satírico do rock do quinteto- como é o caso de uma sequência logo no começo da projeção em que Dinho (vocalista do grupo interpretado por Ruy Brissac) encontra o seu par amoroso o traindo em uma brasília amarela com um sujeito cujo apelido é “Alemão”.
Assim, é nesse tipo de momento em que Mamonas Assassinas: O Filme consegue arrancar alguns risos dos espectadores. Entretanto, o grande problema, aqui, é a completa falta de sutileza da direção, do roteiro e da montagem do filme, que se torna uma experiência quase que caótica ao ser a típica cinebiografia incapaz de estabelecer um recorte certeiro, optando por abraçar o mundo sem qualquer profundidade.
O tom é quase amador, de atuações forçadas e completamente fora de tom, de uma bagunça de situações episódicas acontecendo em sequência de forma completamente engessada, e de situações que são introduzidas e resolvidas em questão de uma ou duas cenas, sem qualquer peso dramático- como é o caso das premonições do tecladista Julio Rassec (Robson Lima) e o seu medo de voar, uma intriga familiar entre os irmãos Sérgio (Rhener Freitas) e Samuel (Adriano Tunes) e o dilema de Dinho em seguir ou não uma carreira solo.
Portanto, se tecnicamente falando Mamonas Assassinas: O Filme nem sequer dá o tempo necessário para o que o espectador sinta força naquilo que assiste, o apelo emocional que habita o longa, sobretudo em seus instantes derradeiros, nunca é concretizado por ele em si. E sim pelo fator comoção que essa história real por si só carrega consigo.
Há quem defenda que o tom “novelesco” é proposital. E é bem capaz do humor e das sequências musicais entreterem uma parcela do público. Porém, se a ideia era mesmo a de realizar uma paródia de uma paródia, infelizmente o que resta é a decepção e a vergonha alheia.
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