James Cameron critica abordagem de Oppenheimer e prepara novo filme sobre sobrevivente dos bombardeios atômicos

James Cameron critica abordagem de Oppenheimer e prepara novo filme sobre sobrevivente dos bombardeios atômicos

Em entrevista recente ao Deadline (via World of Reel), o diretor James Cameron teceu críticas à abordagem narrativa de Oppenheimer, de Christopher Nolan, vencedor do Oscar de Melhor Filme. Apesar de elogiar a cinematografia da obra, Cameron afirmou que o longa falha ao limitar a perspectiva exclusivamente ao protagonista, o físico J. Robert Oppenheimer.

“Eu amo a cinematografia, mas senti que era um pouco de uma fraude moral”, declarou Cameron.

Segundo o cineasta, Oppenheimer sabia dos efeitos devastadores da bomba atômica, e o filme não se aprofunda o suficiente nas consequências humanas da tragédia. Ele citou a única cena em que corpos carbonizados aparecem, afirmando que o horror real dos ataques é apenas tangenciado, e não confrontado diretamente.

Em resposta às críticas, Nolan já havia defendido sua escolha de focar inteiramente na perspectiva subjetiva de Oppenheimer, justificando que abrir a narrativa para outras visões comprometeria a integridade emocional e artística do projeto.

A crítica de James Cameron não surgiu por acaso. Um de seus próximos projetos será Ghosts of Hiroshima, filme que promete oferecer justamente o contraponto ao que ele considera uma falha narrativa de Oppenheimer. A obra contará a história real de Tsutomu Yamaguchi, o engenheiro japonês único reconhecido oficialmente como sobrevivente dos dois bombardeios atômicos — Hiroshima e Nagasaki — durante a Segunda Guerra Mundial.

Conhecido por seu comprometimento com temas ambientais e humanitários, Cameron pretende usar o filme para dar voz às vítimas e apresentar os efeitos reais das bombas sobre a população japonesa, algo que, segundo ele, Oppenheimer apenas insinua.

Apesar das críticas, Oppenheimer foi um fenômeno global, arrecadando mais de US$ 900 milhões nas bilheteiras e conquistando diversos prêmios, incluindo Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor (Christopher Nolan), Melhor Ator (Cillian Murphy) e Melhor Ator Coadjuvante (Robert Downey Jr.).

O longa chega ao catálogo da Netflix em 7 de julho, o que deve reacender os debates sobre sua abordagem narrativa e histórica.


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