Com a estreia de Superman marcada para 10 de julho de 2025, o diretor James Gunn voltou a falar sobre o atual cenário dos filmes de super-heróis — e suas palavras não foram nada suaves. Em entrevista à revista GQ, o cineasta abordou a crescente sensação de cansaço que parte do público tem demonstrado com o gênero, apontando que o problema não está exatamente nos super-heróis, mas nas histórias que vêm sendo contadas.
“Acho que existe essa coisa chamada de fadiga de super-heróis. Mas acho que não tem nada a ver com super-heróis. Tem a ver com o tipo de história que pode ser contada, e se você perder o foco no objetivo, que é o personagem”, afirmou Gunn. “Amamos o Superman. Amamos o Batman. Amamos o Homem de Ferro. Porque eles são esses personagens incríveis que temos em nossos corações. E se vira só um monte de bobagens na tela, fica muito chato.”
A crítica, embora direta, reflete uma frustração que tem sido cada vez mais compartilhada entre cinéfilos, críticos e até mesmo outros criadores da indústria. Segundo Gunn, muitos estúdios se tornaram acomodados, apostando em nomes populares e efeitos visuais impressionantes, mas esquecendo o mais importante: contar uma história com propósito.
Durante sua participação no podcast Inside of You, o diretor expandiu essa análise: “As pessoas ficaram realmente preguiçosas com suas histórias de super-heróis. E chegaram ao ponto de: ‘Ah, é um super-herói, vamos fazer um filme sobre ele’. E então: ‘Ah, vamos fazer uma sequência, porque o primeiro foi muito bom’. E não estão pensando: ‘Por que esta história é especial? O que a diferencia de outras histórias? Qual é a história por trás de tudo? Por que esse personagem é importante?’”
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Essas reflexões surgem justamente no momento em que James Gunn lidera a reconstrução do Universo DC nos cinemas. Após anos de idas e vindas criativas, bilheterias irregulares e críticas mistas, o novo DCU começará oficialmente nos cinemas com Superman, protagonizado por David Corenswet. A cronologia, porém, já foi iniciada com a série animada Comando das Criaturas, disponível na HBO Max.
Com uma abordagem mais centrada em personagens e com foco narrativo, Gunn promete um Superman renovado, mas fiel à essência do herói. A ideia, segundo ele, é recuperar o coração das histórias, colocando novamente o ser humano (ou o alienígena de bom coração, neste caso) no centro da trama.
Enquanto Marvel e DC enfrentam desafios distintos na recepção de seus filmes mais recentes, a fala de Gunn serve como um alerta — e talvez como um guia — para o futuro do gênero. Super-heróis continuam sendo amados, mas apenas quando suas histórias realmente valem ser contadas.
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