A eterna discussão sobre a fidelidade das adaptações de super-heróis voltou ao centro das atenções, desta vez por iniciativa de James Gunn, copresidente da DC Studios e diretor do novo filme Superman. Em uma reflexão publicada no Threads, Gunn abordou a polêmica em torno da “versão definitiva” de personagens icônicos — e por que ela simplesmente não existe.
O debate é antigo entre fãs de Marvel e DC, com muitos defendendo que filmes e séries precisam ser completamente fiéis ao material original dos quadrinhos. No entanto, como bem pontua Gunn, cinema e quadrinhos são mídias intrinsecamente diferentes — e o que funciona na página nem sempre se traduz para as telas. Ele lembra que o Universo Cinematográfico Marvel (MCU), por exemplo, já reinventou vários heróis com sucesso, mesmo que nem sempre copiando fielmente suas origens nas HQs.
A discussão surgiu após Gunn compartilhar um vídeo da YouTuber Go Read Some Comics With Jenna, intitulado “Precisamos falar sobre Brainiac”. No material, a criadora explora o conceito de “Flanderização do Fandom” — termo que descreve a tendência de alguns fãs reduzirem personagens complexos a um único traço ou versão específica. Confira abaixo:
“O que adorei foi ela falando sobre como muitos fãs acreditam que algum aspecto de um personagem é a única versão ‘verdadeira’, geralmente dependendo de quando tiveram o primeiro contato com as histórias”, escreveu Gunn. Ele citou exemplos como o símbolo amarelo no peito do Batman, a ideia do Superman ser imbatível ou a Mulher-Maravilha formada a partir da argila.
Gunn conclui que esse apego pode limitar o interesse dos fãs por novas interpretações e, sobretudo, reduzir a apreciação de histórias inovadoras. Uma crítica que faz ainda mais sentido diante de sua responsabilidade em reimaginar personagens clássicos no novo universo cinematográfico da DC.
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Com Superman já disponível na HBO Max, Gunn deixa claro: não existe adaptação que agrade a todos — e tentar alcançar isso é um erro criativo. O importante, segundo ele, é contar boas histórias, mesmo que elas desafiem expectativas.

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