25 ANOS DA REVOLUÇÃO TOY STORY!

25 ANOS DA REVOLUÇÃO TOY STORY!

No último final de semana, Toy Story completou 25 anos de seu lançamento original nos cinemas. Sem dúvidas uma das animações mais queridas de toda a história do cinema, o longa não foi somente um marco por conta de suas qualidades de roteiro, como a trama divertida e envolvente e personagens extremamente carismáticos. Toy Story, na verdade, foi uma revolução cinematográfica, tendo em vista que foi primeiro longa 100% digital da história da sétima arte (mais diretamente falando, o filme foi inteiramente feito com ferramentas de computação gráfica), sendo hoje considerado como um dos filmes mais influentes e importantes do século XX.

A história de Toy Story começa nos primórdios da Pixar, empresa de animação em que o filme foi o primeiro de todos os seus longa-metragem. Quando ainda se chamava Graphics Group, a Pixar nasceu como uma divisão da LucasFilm (A produtora de George Lucas, responsável por Star Wars) com a finalidade de realizar estudos a respeito de computação gráfica e animação digital. Em 1986, Steve Jobs (sim, o próprio), comprou a Graphics Group por US$ 5 milhões (uma quantia absurdamente baixa se levarmos em consideração que, em 2006, quando a Disney decidiu adquirir a empresa definitivamente, ela pagou mais de US$ 7 bilhões), tornando-se CEO da empresa, agora rebatizada de Pixar Animation Studios.

Produzindo alguns curtas de animação digital de destaque ao longo dos anos 80, principalmente Tin Toy, de 1988, a companhia independente logo começou a chamar atenção. Foi nessa época que Disney se mostrou interessada em produzir um filme em parceria com a Pixar, nascendo assim então a ideia de Toy Story, um longa metragem 100% em computação gráfica produzido pela Pixar e distribuído mundialmente pela Walt Disney Pictures.

O Tin Toy do curta animado. Em Toy Story 4 ele fez uma pequena participação especial.

Quem tomou a frente para comandar o projeto foi John Lasseter, que já trabalhava na Pixar desde a época da LucasFilm e posteriormente viria a ser o diretor criativo da empresa por mais de 20 anos. Lasseter já havia sido o diretor do curta Tin Toy e com isso, era um dos nomes mais fortes dentro do jovem estúdio. Na produção, os responsáveis foram Steve Jobs e Edwin Catmull, sendo esse segundo um dos fundadores e líderes do estúdio nos anos 80.

John Lasseter (esquerda) ao lado de George Lucas.

O roteiro do longa passou por vários tratamentos pelo próprio John Lasseter e por Pete Docter (o atual diretor criativo da Pixar após demissão de Lasseter por acusações de assédio e responsável por Monstros S.A e Divertida Mente). Contribuíram nele também, em conjunto, Joss Whedon (Diretor e roteirista de Os Vingadores, de 2012), Andrew Stanton (que viria a fazer Procurando Nemo e WALL-E anos mais tarde) e a dupla Joel Cohen e Alex Sokolow.

As primeiras versões da história eram bem diferentes. No início Woody chegou a ser um boneco ventríloquo que faria amizade com Tinny, o protagonista do curta Tin Toy. Porém, após muitos debates, chegou a ideia de mostrar uma dupla inesperada de amigos com duas formas diferentes de se pensar, com Tinny sendo substituído por Buzz Lightyear, em forma de homenagem de Lasseter a filmes de ficção-científica, e Woody virando o caubói que nós conhecemos, em homenagem a filmes de faroeste. Além disso, foram vários os debates (que levaram até a suspensão da produção) a respeito da relação entre os personagens e os temas do filme, até chegar na ideia final de Toy Story ter referências e temáticas adultas, o que influenciaria todo o estilo de cinema da Pixar (animações destinadas tanto para crianças quanto para adultos).

O nome de Woody é uma homenagem ao ator de faroestes Woody Strode. Já o de Buzz Lightyear ao astronauta Buzz Aldrin, o parceiro de Neil Armstrong na missão Apollo 11, que levou ambos a lua.

Para o elenco de vozes, as escolhas para os dois protagonistas foram Tom Hanks, na época um astro em ascensão em Hollywood, para o papel de Woody, e Tim Allen para Buzz. A trilha sonora de Toy Story, outro ponto icônico do longa, foi composta por Randy Newman, que entre as canções que desenvolveu para o filme, está aquela mais simbólica e que representa todo o tema principal do longa e da franquia como um todo: “You´ve Got a Friend in Me” (que na versão brasileira de Zé da Viola ficou como “Amigo, estou aqui”, o que não tirou muito da essência da canção).

Tim Allen (esq) e Tom Hanks (dir) ao lado de seus amigos.

Toy Story foi lançado em 22 de novembro de 1995 e não demorou a se tornar um sucesso de público e crítica em seu tempo, sendo aclamado mundialmente e gerando uma bilheteria de mais de US$ 300 milhões no mundo todo. Entre os destaques do filme estão, claro, toda a sua inovação no uso da tecnologia digital que iria repercutir por toda a indústria, e a inventividade de seu roteiro, desde a ideia principal de bonecos que ganham vida até os temas abordados.

Hoje, 25 anos depois, somos capazes de ter uma dimensão maior de todo o impacto de Toy Story para indústria. Atualmente a Pixar é uma das líderes no mercado de animação. A empresa realizou longas aclamados como Os Incríveis (2004), Ratatouille (2007), UP: Altas Aventuras (2009), Divertida Mente (2015) e Viva: A Vida é uma Festa (2017). Além disso, Toy Story ganhou três sequências, sendo uma das franquias mais lucrativas da história do cinema. Por último (só para chover um pouco mais no molhado), Toy Story, junto de Branca de Neve e os Sete Anões (1937), foi uma das únicas animações a figurar na lista dos Melhores Filmes Estadunidenses de todos os tempos, do American Film Institute, e em 2005, foi selecionado para ser preservado na National Film Registry, por ser considerado “cultural, histórica ou esteticamente significativo”. Acho que podemos parar por aqui… Ao infinito e além!


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