Mestres da Sétima Arte: Quentin Tarantino!

Mestres da Sétima Arte: Quentin Tarantino!

Sempre pensei que o Cinema foi inventado para mostrar gente se matando e se beijando

– Quentin Tarantino.

Em um dia como hoje, no ano de 1963, nascia o diretor, roteirista, produtor e ator Quentin Jerome Tarantino. Um queridinho do público cinéfilo, Tarantino é um dos cineastas mais populares da atualidade em todo o mundo.

Por conta disso, em forma de celebração de seu aniversário, hoje o nosso quadro Mestres da Sétima Arte é totalmente dedicado a analisar a vida e obra de Quentin Tarantino!

Vida e Carreira

Nascido na cidade de Knoxville, no estado norte-americano do Tennessee, quando novo, ao se mudar com a sua família para a Califórnia, Tarantino estudou atuação em uma companhia de teatro local. Apesar disso, ele nunca estudou Cinema, em si, de forma formal ou acadêmica. Na sua juventude, em meados dos anos 80, ele trabalhava em uma famosa locadora de filmes chamada “Video Archives” e utilizou isso a seu favor, assistindo uma quantidade imensa de filmes, que mais tarde ele usaria como influência para compor suas obras, sendo essa então a sua verdadeira formação cinematográfica.

Foto motivacional do dia.

Aos 22 anos, Tarantino começou a se dedicar a escrever roteiros. Após realizar um curta amador no ano de 1987, mais tarde, ele conheceu o produtor Lawrence Bender. Daí nasceu o primeiro filme longa-metragem escrito e dirigido por ele mesmo: Cães de Aluguel, de 1992. Com o sucesso considerável de crítica e público de seu primeiro longa, a partir daqui, o nome Quentin Tarantino foi recebendo cada vez mais holofotes e oportunidades.

Após recusar alguns convites para assumir a direção de projetos de estúdios para se dedicar ao seu próximo longa, em 1994, Quentin Tarantino lançou aquele que é considerado um dos filmes mais importantes de toda a década de 1990: Pulp Fiction: Tempo de Violência. Dirigido por ele e escrito em parceria com Roger Avary, que ele conhecera em sua época de vídeo-locadora, Pulp Fiction rendeu um Oscar de Melhor Roteiro Original para a dupla, em 1995, e venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1994, o prêmio máximo do maior festival de Cinema do mundo.

Tarantino e o elenco de Pulp Fiction no festival de Cannes.

Depois disso, com um estilo e características bem estabelecidos em seus dois primeiros filmes, que foram, de cara, dois acertos, a carreira de Tarantino foi sucesso atrás de sucesso, onde ele foi livre para homenagear e referenciar em tela toda a sua paixão pelo cinema, se demonstrando, acima de qualquer coisa, um grande admirador da Sétima Arte. Entre outros de seus sucessos (que abordaremos com mais calma mais a frente) estão Kill Bill Volumes 1 e 2 (2003 e 2004), Bastardos Inglórios (2009), Django Livre (2012), que o rendeu o seu segundo Oscar de Melhor Roteiro Original, em 2013, e Era Uma Vez em… Hollywood (2019), o seu trabalho mais recente.

Tarantino e seu segundo amigo dourado conquistado por Django Livre.

Além de todos os sucessos como diretor e roteirista, Tarantino também foi o autor de roteiros onde ele não assumiu a direção, como em Assassinos por Natureza, de 1994, onde o cargo ficou com o já veterano Oliver Stone, e Um Drink no Inferno, de 1997, cujo diretor foi um dos seus principais amigos de profissão, Robert Rodriguez.

O Cinema de Tarantino

Quentin Tarantino é famoso por misturar em seus filmes roteiros não-lineares, regados a diálogos corriqueiros icônicos, violência gráfica explícita e exagerada, uso marcante da trilha sonora e referências as suas obras e gêneros favoritos. Na verdade, toda a filmografia do diretor trata-se de um conjunto de homenagens que ele faz as suas maiores influências no mundo do cinema, de gêneros até outros realizadores que ele admira.

“English Motherfucker, do you speak it?!”

Outro ponto marcante em sua obra foram as vezes onde o diretor reescreveu/reimaginou fatos e acontecimentos históricos reais, ou não, a sua maneira, como vimos em Bastardos Inglórios, Django Livre e, mais recentemente, Era uma Vez em… Hollywood. Muitos críticos analisam isso como sendo as “vinganças históricas” do cineasta.

Além disso, outra marca do diretor são suas participações especiais como ator. Ele fez pontas em suas próprias obras, como em Cães de Aluguel e Pulp Fiction, e também em filmes de Robert Rodriguez, como em Um Drink no Inferno, onde ele e George Clooney viveram os irmãos Gecko, e Planeta Terror (2007).

Tarantino em Cães de Aluguel.

Tarantino possui um domínio muito grande em cima das histórias que escolhe contar. Sendo ele também o escritor de todos os seus longas, um filme de Tarantino, ao ser assistido, por conta disso e de todas as suas marcas registradas na direção, que o tornam em um verdadeiro cineasta autoral, é sempre uma experiência inconfundível.

Influência e Importância

Considerado um dos mais importantes cineastas da sua geração, nos anos 90, Tarantino fez parte de um movimento em que as produções independentes (sem nenhum grande estúdio por trás) do cinema americano ganhavam cada vez mais força, sendo seus primeiros filmes verdadeiros marcos para essa época/movimento.

Os Nove Filmes de Tarantino (até o momento)

Cães de Aluguel (1992)

Cães de Aluguel foi o primeiro longa de Tarantino e o seu cartão de visitas perfeito. Misturando elementos de filmes policiais e de máfia que o influenciaram, o diretor já deixava claras aqui todas as suas marcas registradas. Entre elas a violência, referências à cultura pop, a narrativa não linear e longas sequências de diálogos corriqueiros, como a da abertura do filme, onde os personagens debatem o significado da música “Like a Virgin“, da diva Pop Madonna.

Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994)

Pulp Fiction, como já dito, foi um sucesso tremendo. Aqui, o cineasta repetiu com ainda mais liberdade e orçamento os elementos bem sucedidos de Cães de Aluguel. O filme é uma viagem por três histórias diferentes apresentadas fora de ordem cronológica, porém, ligadas umas as outras e regadas a humor ácido, violência e referências do diretor a outras obras que o influenciaram. O título Pulp Fiction é uma referência as famosas revistas Pulp do século XX, que apresentavam histórias variadas de fantasia, ficção e crime, muitas vezes absurdas e de baixa qualidade.

Jackie Brown (1997)

Jackie Brown é uma homenagem de Tarantino a um dos maiores movimentos cinematográficos do cinema americano, o Blaxploitation (ou Blacksploitation) dos anos 70, onde as produções eram realizadas e protagonizadas por atores e diretores negros. Um dos maiores nomes desse movimento foi a inigualável Pam Grier, que protagonizou, entre outros, Coffy: Em Busca de Vingança (1973), e por isso foi a escolhida de Tarantino para estrelar o longa sobre a aeromoça golpista que nomeia o título.

Kill Bill Volume 1 e 2 (2003 e 2004)

Kill Bill, originalmente, seria um filme único de mais de 3 horas, porém, por exigências do estúdio, o longa foi dividido em duas partes (Tarantino até hoje as trata como um filme só). Aqui, o diretor bebeu da fonte de filmes clássicos de artes marciais, principalmente os protagonizados pelo astro Bruce Lee nos anos 70, para criar a história de Beatrix, vivida por Uma Thurman, a musa de Tarantino, em busca de vingança contra seu marido.

A Prova de Morte (2007)

A Prova de Morte nasceu de um projeto conjunto de Quentin Tarantino e seu amigo Robert Rodriguez denominado de Grindhouse. Os dois planejavam fazer uma homenagem a Filmes Trash e Filmes B clássicos que costumavam ser exibidos em sessões duplas em cinemas chamados de Grindhouse (daí a origem do nome do projeto). Dito isso, cada um deles dirigiu um filme para o projeto: Rodriguez, Planeta Terror, e Tarantino, esse aqui em questão. Muito incompreendido na época, o filme acabou se tornando o mais esquecido do diretor.

Bastardos Inglórios (2009)

Bastardos Inglórios nos apresenta, de certa forma, a primeira vingança histórica do diretor de sua carreira. Os escolhidos para tal: Os alemães nazistas liderados por Hitler. Talvez o longa mais violento do diretor, um dos seus maiores destaques foi também as performances do elenco, que conta com nomes como Brad Pitt, Christoph Waltz (que venceu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu papel no filme) e Mélanie Laurent.

Django Livre (2012)

Estrelado por Jamie Foxx como o escravo Django, nesse longa, foi a vez de Quentin Tarantino referenciar os Western Spaghetti, um subgênero do Western onde as produções eram de origens italianas, popularizado nos anos 60 (inclusive, o filme é uma espécie de remake de um outro chamado somente Django, de 1966) por diretores como Sergio Leone. Como dito pelo próprio diretor, a sua ideia com o filme era representar, por meio desse subgênero, os horrores da escravatura norte-americana.

Os Oito Odiados (2015)

Mais um filme com estilo Western para a conta de Tarantino, Os Oito Odiados se destacou por sua trilha sonora Vencedora do Oscar composta pelo maestro Ennio Morricone (falecido em 2020), que foi famosos em sua carreira por ter composto trilhas de clássicos do Western Spaghetti, como a icônica de Três Homens em Connflito (1966), de Sergio Leone.

Era uma Vez em… Hollywood (2019)

O mais recente dos trabalhos de Tarantino, Era uma Vez em… Hollywood rendeu para Brad Pitt o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. A homenagem da vez do diretor foi ao cinema e a TV norte-americanos do final dos anos 60, onde Hollywood vivia o final da sua conhecida como Era de Ouro. Além disso, o longa promoveu mais uma vingança do diretor, dessa vez contra Charles Manson e sua seita, responsáveis pelo assassinato da atriz Sharon Tate (aqui vivida por Margot Robbie) em 1969.


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