Com a chegada de Homem-Aranha: Sem Volta Para a Casa, o terceiro filme do aracnídeo no Universo Cinematográfico Marvel, onde o herói é vivido por Tom Holland, muito se fala sobre os possíveis retornos de Tobey Maguire e Andrew Garfield ao papel do herói que eles encarnaram no passado. Nem a Sony, nem a Marvel chegaram a confirmar essa especulação, e Garfield afirma com todas as letras que não estará no filme. Apesar disso, é inevitável entre os fãs discutir sobre qual seria a melhor adaptação para as telas do herói criado por Stan Lee e Steve Ditko em 1963. A versão de Maguire, em uma parte significativa das ocasiões, leva vantagem, sendo considerada a melhor. Porém, em outras tantas, muitos fãs que preferem Garfield ou Holland acabam por defender que a trilogia de filmes estrelada por Tobey não passa de um produto nostálgico.
Afinal de contas, os filmes do Homem-Aranha de Tobey Maguire são realmente melhores ou é só nostalgia mesmo? Revendo a trilogia, podemos afirmar com clareza: Não é só nostalgia puramente. Os filmes estrelados por Maguire realmente possuem qualidades e pontos a seu favor que jamais foram igualados nas adaptações posteriores do cabeça de teia e que, consequentemente, são capazes de explicar o porquê de toda essa preferência.
Dito isso, hoje nós relembramos sete pontos que fazem da versão de Homem-Aranha de Tobey Maguire a melhor e mais marcante de todas. Sem mais delongas, vamos em frente!
Ele foi o primeiro grande Aranha!
Em primeiro lugar, o fato de Maguire ter sido o primeiro grande Homem-Aranha das telas, por si só, já justificaria o seu status de ícone. É fato que, antes dele, houveram outras versões em Live Action do aracnídeo, como a da série da rede CBS, que durou de 1977 a 1979, onde o herói era vivido pelo ator Nicholas Hammond. Porém, nenhuma delas chegou perto da magnitude e impacto que os filmes de Maguire tiveram. Quando os defensores de Garfield e Holland argumentam sobre nostalgia, com certeza é sobre esse tópico a que eles se referem. Porém, isso é algo inevitável e que jamais sustentaria, por si só, a preferência dos fãs do Homem-Aranha de Tobey Maguire. Apenas contribui mais ainda para a sua grandeza e importância.
Os filmes tinham uma identidade própria!
Muito se fala hoje em dia sobre uma falta de identidade nas produções de Super-herói. Principalmente nas propriamente ditas do Universo Cinematográfico Marvel, que são acusadas de uma padronização excessiva, onde os diretores parecem não possuir uma voz em cima dos executivos de estúdios.
Comandada pelo cineasta Sam Raimi, os filmes estrelados por Maguire são o contrário disso. Muito ricos no estilo do diretor, os longas, por exemplo, possuem alguns elementos das raízes de Raimi no terror (para quem não se lembra, ele é o cineasta por trás da franquia Evil Dead), o que os permite serem mais sombrios em momentos pontuais, principalmente na forma como o diretor retrata os vilões.
Além disso, outro ponto marcante é a forma como Raimi comanda as cenas de ação, onde elas são mais estilizada e muitas vezes “cartunescas”. Esses pequenos detalhes fazem dos filmes obras com bastante personalidade, o que contribui para que eles se mantenham como experiências memoráveis e originais, mesmo décadas após seus lançamentos nos cinemas.
Adaptou arcos dos quadrinhos queridos!
Os filmes de Tobey Maguire também se beneficiam do fato de terem adaptado algumas das histórias mais queridas do aranha nos quadrinhos.
No primeiro longa, temos uma clara inspiração no clássico quadrinho A Noite em que Gwen Stacy Morreu, de 1973, escrita por Gerry Conway com ilustrações de Gil Kane. Nela, o Duende Verde sequestra o grande amor do nosso herói e acaba por matá-la. Sim, no filme de 2002, era a Mary Jane e o final acabou por não ser assim tão trágico (isso ficou para o segundo filme com Andrew Garfield), porém, a base da história está lá, de um jeito ou de outro.
Já no segundo filme, a inspiração da vez foi o quadrinho Homem-Aranha: Nunca Mais, de 1967, escrita pelo próprio Stan Lee e ilustrada por John Romita. Uma história seminal da trajetória do cabeça de teia na nona arte, a trama gira justamente em torno de Peter Parker abandonando o manto de Homem-Aranha por conta de seu esgotamento com a vida de herói.
Por fim, o terceiro filme tem a clara inspiração no arco O Nascimento de Venom, publicada em 1988, com roteiro de David Michelinie e desenhos de Todd McFarlane, onde é apresentado todo o arco do simbionte e Venom, um dos principais antagonistas das histórias do Amigão da Vizinhança.
As cenas icônicas!
Outro ponto a favor da trilogia de Tobey Maguire é a grande quantidade de cenas memoráveis espalhadas pelos seus filmes. Na verdade, esses são três longas que carregam consigo algumas das cenas mais icônicas da história do cinema de super-heróis. Para relembrarmos algumas delas, temos a luta contra Flash Thompson no colégio; a morte do Tio Ben; o beijo na chuva entre o Homem-Aranha/Peter Parker e Mary jane; toda a sequência da luta contra o Doutor Octopus no trem suspenso e… até mesmo, a infame dança no terceiro filme ao som do lendário James Brown.
Os vilões!
O que seria de um super-herói sem bons vilões? Além dos filmes de Maguire terem utilizado, logo de cara, os principais da galeria do Aranha, as escolhas dos atores também foram assertivas. O resultado, que é mais um ponto que joga extremamente a favor dos filmes estrelados por Tobey, são alguns dos melhores vilões de todo o cinema de super-herói, com destaque para Willem Dafoe e seu maléfico Duende Verde, Alfred Molina, em performance memorável como Doutor Octopus, e Thomas Hayden Church, muito bem-sucedido em humanizar o arco de Flint Marko/Homem-Areia.
As lições de moral!
Outro ponto positivo do Homem-Aranha de Tobey Maguire são as lições que podemos aprender em cada um dos três filmes. Pode parecer algo simples, porém, esse é um fato que contribui para que esses não sejam apenas filmes de ação desprovidos de qualquer conteúdo de fato.
No primeiro filme da trilogia, por exemplo, Tio Ben ensina a Peter a célebre lição de que com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. Já em Homem-Aranha 2 (2004), num momento chave da projeção, quando Peter se encontra em dúvida se deve voltar a ser o Homem-Aranha ou seguir o seu sonho de possuir uma vida normal, Tia May deixa claro para ele que as pessoas, principalmente as crianças, precisam de um herói em quem se inspirar, e que, para fazer o certo, as vezes é preciso desistir até mesmo dos nossos sonhos. Por fim, em Homem-Aranha 3 (2007), apesar de todas polêmicas em torno da produção, a lição que fica ao final é sobre o poder das nossas escolhas e como elas definem quem nós somos.
Ele é o mais humano deles!
Por último, temos o ponto chave a favor da versão do Homem-Aranha de Tobey Maguire. Quando Stan Lee e Steve Ditko criaram o aracnídeo, a intenção dos autores era que ele sofresse de problemas que as pessoas comuns sofrem. Além disso, em troca do glamour muitas vezes apresentado nas histórias de outros super-heróis, ele deveria sentir o peso das responsabilidades e desafios advindos de ser um herói em si. Isso, nos anos 60, foi determinante para o sucesso de vendas das histórias em quadrinho do Homem-Aranha. Por se tratar de um herói mais “humanizado”, consequentemente, ele era um personagem com quem o público possuía maior facilidade de se identificar.
Dito isso, o arco do Homem-Aranha/Peter Parker de Tobey Maguire na trilogia de Sam Raimi é o que mais se aproxima dessa visão de Lee e Ditko para o herói. Como acompanhamos na trajetória de Peter Parker ao longo dos filmes, ele sofre bullying; carrega uma culpa enorme pela morte do tio; deve o aluguel; possui dificuldades em equilibrar sua vida dupla, entre outros acontecimentos, que, ainda por cima, são apresentados por Raimi com uma carga emocional muito grande.
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