Poucos cineastas tiveram tanto impacto na mídia e na cultura popular quanto Steven Spielberg. Criador do conceito de blockbuster graças a Tubarão (1979), o diretor entregou clássico atrás de clássico por décadas, e mesmo hoje continua na ativa com filmes que conquistam, no mínimo, indicações ao Oscar.
Com uma carreira de sucesso assim, é difícil imaginar que algum filme do cineasta tenha passado batido pelo grande público. Mesmo assim, seu currículo é marcado por alguns trabalhos que fogem do óbvio, e que acabam parecendo menos conhecidos quando comparados com títulos que moldaram o cinema.
Separamos abaixo 8 filmes não tão famosos de Steven Spielberg para você assistir!
Galeria do Terror (1969)
O primeiro item da lista não é bem um filme, mas é digno de sua atenção mesmo assim. Rod Serling fez história na televisão ao criar, escrever e apresentar a antologia Além da Imaginação em 1959, cheia de tramas de mistério, ficção científica, terror e suspense. Já em 1969, chegou a hora de uma sucessora: assim surgiu a antologia Galeria do Terror.
Na mesma pegada, a série trazia Rod Serling apresentando casos inusitados de traição, assassinato e outras bizarrices em pequenas histórias sem conexões, com cerca de três tramas por capítulo.
Uma das histórias do primeiro episódio do seriado inédito é o segmento conhecido como “Eyes”. O segmento marca o primeiro trabalho do então-jovem Steven Spielberg como diretor, aos 23 anos. Na ocasião, o cineasta comandou ninguém menos que Joan Crawford, atriz renomada por O que Terá Acontecido a Baby Jane? (1962).
Encurralado (1971)
O nome de Steven Spielberg é grande no cinema, mas sua carreira começou mesmo é na televisão. Depois de emplacar um trabalho em Galeria do Terror, o cineasta assumiu a liderança de Encurralado, um telefilme produzido pela Universal Television, para ser exibido no canal ABC.
O longa conta com roteiro de Richard Matheson, autor por trás de clássicos da literatura como Eu Sou a Lenda, e acompanha um motorista sendo perseguido por um violento caminhão na estrada.
Ainda que telefilmes não tenham muito prestígio, essa foi a obra que botou o nome de Steven Spielberg no mapa, já que o cineasta entregou muito mesmo prometendo pouco. O suspense do longa é de tirar o fôlego, e mostra que Spielberg já tinha um enorme conhecimento de cinema, fazendo sua técnica se destacar em um meio que costuma ser desvalorizado.
Império do Sol (1987)
Novamente, é bom reforçar: Steven Spielberg não tem filmes que não sejam famosos, mas sim obras de enorme sucesso que só não se redefiniram a cultura pop como muitos de seus trabalhos. É o caso de Império do Sol, que ainda conquistou seis indicações ao Oscar.
Baseado na obra autobiográfica de J.G. Ballard, o longa segue um garoto inglês que vive em Shangai, na China. Sua vida de privilégio se vê abalada quando, durante a Segunda Guerra Mundial, o país é invadido e ocupado pelo Japão.
O longa é ofuscado pelos demais sucessos de Spielberg, mas merece ser resgatado por sua história sensível e por seu elenco de peso, especialmente pela performance excelente do garoto Christian Bale aos 13 anos.
Hook, a Volta do Capitão Gancho (1991)
O grande apelo de Steven Spielberg é que o cineasta sabe dialogar com todo tipo de público. O diretor é especialmente bom com obras para a família toda, e Hook, a Volta do Capitão Gancho é uma que costuma ser esquecida dentre toda a sua carreira.
A trama acompanha um Peter Pan adulto, vivido por Robin Williams, que deixou a Terra do Nunca para se tornar um impiedoso advogado. Quando o Capitão Gancho (Dustin Hoffman) retorna e sequestra seus filhos, Peter precisa reaprender a ser o garoto que um dia foi.
Amistad (1997)
Depois de obras infantojuvenis como E.T.: O Extraterrestre (1982) ou para a família toda como Jurassic Park (1993), o cineasta passou a tentar a mão em dramas mais sérios. Quando encontrou sucesso com A Lista de Schindler (1993), Spielberg retornou com Amistad, outro drama histórico sobre um tópico sensível.
A trama acompanha um grupo de escravos que se revolta durante uma expedição, mas que acaba capturado por uma embarcação estadunidense. Os escravos então são julgados e disputados, ao tempo que tentam se defender de que nenhum ser humano deve ser propriedade.
Munique (2005)
Em 1972, durante as Olimpíadas de Verão, um grupo de terroristas palestinos sequestrou e assassinou uma equipe de atletas israelenses na cidade de Munique, na Alemanha. Pouco após isso, o governo de Israel autorizou uma operação para caçar e eliminar os responsáveis.
Munique acompanha essa jornada de vingança, com uma equipe de cinco militares que abandonam suas vidas para participar da operação. O longa conta um elenco de peso, com nomes como Daniel Craig, Eric Bana, Ciarán Hinds e Geoffrey Rush, entre outros. O filme recebeu cinco indicações ao Oscar em 2006, mas voltou de mãos vazias.
Ponte dos Espiões (2015)
O Steven Spielberg dos anos 2000 é um pouco mais focado nos dramas ao invés dos filmes para a família toda. Um de seus trabalhos mais recentes, por exemplo, é Ponte dos Espiões, que se alinha mais com Munique na pegada de drama histórico.
A trama é ambientada no auge da Guerra Fria, e segue um advogado estadunidense (Tom Hanks) que precisa ajudar um espião soviético, em um acordo feito com a CIA. O longa ainda é estrelado por Mark Rylance, que venceu um Oscar por seu papel Rudolf Abel, e é escrito pelos Irmãos Coen.
The Post: A Guerra Secreta (2017)
Antes de assumir O Jogador Número 1, que lhe deu a oportunidade de retornar ao tipo de espetáculo que o consagrou, Steven Spielberg preparou um drama sobre a corrida por um furo jornalístico, capaz de mudar tudo.
A trama é inspirada no caso real dos Pentagon Papers, vazamento de dados que revelou as verdadeiras motivações dos EUA por trás da Guerra do Vietnã, e segue um analista militar e uma jornalista tentando expor esses segredos para o público. O filme é estrelado pela dupla de peso de Tom Hanks e Meryl Streep, e ainda foi indicado a dois Oscar.
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