Em um dia como hoje na cidade de Liverpool, na Inglaterra, em 1940, nascia John Lennon. O cantor, compositor, multi-instrumentista e ator se destacou durante sua vida por, principalmente, ser o fundador e líder daquela que é considerada a maior banda de todos os tempos: The Beatles. Eleito o quinto melhor cantor de todos os tempos pela Rolling Stone, e ainda presente na lista de Melhores Guitarristas (55°) e Maiores artistas de todos os tempos (1° como membro dos Beatles e 38° como artista solo), Lennon completaria hoje 80 anos de idade se não tivesse sido covardemente assassinado por um fã louco, em 1980, chamado Mark David Chapman.
Dito isso, em forma de celebração à vida e obra desse grande artista, decidimos trazer para vocês um pouco do impacto dos Beatles para a Música, Cinema, Cultura Pop e para o mundo de forma geral. Sem mais delongas, vamos em frente!
Um Pouco Sobre Os Beatles
Como já dito, os Beatles são considerados por uma grande parcela dos estudiosos de música e cultura como a maior banda de todos os tempos. A banda foi formada em 1960 e esteve em atividade por dez anos. Inicialmente, no final dos anos 50, conhecidos como The Quarrymen, a banda passou a ser formada, mais tarde, por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr e adotaram o nome The Beatles.
O impacto dos Beatles para o mundo é algo inegável e que não se limita somente a indústria musical. Durante a década em que estiveram em atividade, lançaram 13 álbuns de estúdio e promoveram algumas das mais marcantes inovações na maneira de se produzir e consumir música. Além disso, foram influentes também no cinema, onde foram protagonistas de cinco filmes. Nos anos 60, o quarteto foi o centro de um movimento que jamais foi visto igual, nem antes e nem depois deles: A “Beatlemania“- cujo impacto se reverbera até hoje pelo mundo, sendo o amor pelos Beatles algo que se passa de geração em geração.
Até hoje, os Beatles são os artistas que mais venderam discos na história da música, com mais de 600 milhões de unidades vendidas no mundo todo. Além disso, foram incluídos na lista da revista Time das 100 pessoas mais importantes do século XX.
No Cinema
Na época dos Beatles, não era lá uma novidade artistas do mundo da música estrelarem produções cinematográficas. Esse era um modelo que Elvis Presley, por exemplo, ficou extremamente famoso. Ele era utilizado, em grande parte, como Marketing e para suprir a necessidade do público em ter contato com seus ídolos. Dito isso, logo no início do sucesso da banda eles foram chamados para estrelar produções em que eram os protagonistas. Porém, a grande diferença está no fato de como foram inovadoras e diferentes (a grande maioria delas) essas produções no caso do Quarteto Fantástico de Liverpool. Vamos conhecê-las!
A Hard Day’s Night
O primeiro filme estrelado pelo grupo, A Hard Day’s Night (No Brasil, Os Reis do Ié, Ié, Ié), de 1964, que tem seu enredo mostrando um dia na vida da banda, no auge da Beatlemania, foi considerado extremamente inovador em questões técnicas. Principalmente, a direção de Richard Lester, que mostrou um jeito diferente de se filmar os números musicais, apresentando o que viria a ser considerado uma gênese do que conhecemos como o videoclipe moderno (por isso, Lester é considerado por alguns como o “paizão dos videoclipes”).
Além disso, o estilo do filme, foi extremamente influente para o que conhecemos como “Mockumentary“, uma mistura de documentário com dramatização, já que sua intenção era mostrar uma espécie de rotina real da banda. Porém, de forma encenada.
Help!
Logo em seguida, em 1965, Lester dirigiu o segundo filme dos Beatles: Help! Com uma proposta diferente (a ideia agora era ser mais uma comédia “escrachada”), na trama acompanhamos o quarteto fugindo de uma seita que deseja roubar um anel do Ringo. Apesar de ser considerado inferior ao seu anterior, o ponto técnico da direção de Lester continuou no longa, com cenas diferenciadas para os números musicais ao longo do filme.
Magical Mystery Tour
Em 1967, Os Beatles, no auge da contracultura e pscicodelia dos anos 60, estrelaram o bizarro Magical Mystery Tour, um filme surrealista e psicodélico feito direto para TV (por conta disso, é impossível explicar do que se trata a trama do filme, eles literalmente estão em uma tour misteriosa e mágica) . Por muitos considerado a pior coisa já feita pela banda, esse filme, porém torna-se importante para compreender o que foi esse período da carreira da banda.
Yellow Submarine
Dirigido por George Dunning, em 1968, foi lançado o também psicodélico longa animado Yellow Submarine. Na trama, acompanhamos os Beatles sendo convocados para ajudar o povo de uma terra fantástica chamada “Pepperland”, que foi dominada pelos “Malvados Azuis”, seres que odeiam música. Eles embarcam em uma surrealista viagem a bordo de um Submarino Amarelo com destino a Pepperland para salvá-la.
Uma das mais fantásticas animações já feitas, ela fez um sucesso estrondoso na época. Feita para ser algo tanto para crianças, quanto para adultos, esse foi um feito um tanto quanto inédito para uma época em que desenhos eram visto como algo destinado estritamente para crianças. Por isso, ela foi muito importante para o mundo das animações, sendo influente para produtos como Os Simpsons e até mesmo para os filmes posteriores da Disney e Pixar. Como dito pelo próprio ex-presidente da Pixar, John Lasseter: “Yellow Submarine ajudou a sedimentar o caminho para o diversificado mundo da animação que conhecemos e desfrutamos hoje”.
Let It Be
Por fim, em 1970, o documentário Let it Be foi lançado, mostrando os bastidores das últimas gravações da banda. Vencedor do Oscar de Melhor Trilha Sonora, esse filme é considerado pelos fãs um registro histórico do (literalmente) fim da maior banda de todos os tempos.
O Primeiro Show em um Estádio a Céu Aberto da História
No começo da carreira dos Beatles, era comum entre os artistas de se apresentarem em programas televisivos e realizar shows em auditórios, teatros e clubes. Pioneiros do Rock, como Elvis Presley, Chuck Berry e Little Richard, ficaram famosos por isso. Os Beatles em suas primeiras turnês e apresentações na Europa e Estados Unidos seguiam esse modelo. Eles se apresentavam, por exemplo, no lendário Cavern Club, em Liverpool. Já na terra do Tio Sam, fizeram históricas apresentações no Ed Sullivan Show (Diz a lenda, que os Estados Unidos, durante a primeiríssima aparição do grupo no programa, teria ficado cerca de cinco minutos sem relatos de nenhum crime. O país literalmente parou para assisti-los).
Porém, em 1965, algo inédito na história e que viria a moldar e revolucionar a forma de se fazer shows pelas próximas cinco décadas aconteceu. Na segunda turnê do Quarteto Fantástico de Liverpool pelos Estados Unidos, surgiu a ideia de realizar uma apresentação no estádio de Beisebol conhecido como Shea Stadium, em Nova York. Com mais de 55.000 presentes (na época, um público quase que inimaginável), essa foi a primeira apresentação realizada por um artista/banda em um estádio a céu aberto na história, abrindo assim caminho para um modelo que foi e ainda é seguido mundialmente por bandas, artistas e festivais no mundo todo.
Videoclipe
Como dito anteriormente, os primeiros filmes dos Beatles ficaram marcados por apresentarem a gênese do que viria a ser o videoclipe moderno. Porém, foi em 1966 que uma iniciativa da banda mudaria de vez o que conhecemos como videoclipe musical moderno. A banda nessa época já estava aposentada de apresentações ao vivo e focava seus esforços para as gravações em estúdio, que resultaram em alguns dos melhores discos da história da música, como Sgt Peppers Lonely Hearts Club band, de 1967, e Abbey Road, de 1969 (aquele da foto deles atravessando a rua). Sendo assim, para suprir a necessidade do público em vê-los, os Beatles decidiram gravar um vídeo para um de seus lançamentos na época: Rain. Enviando-o para ser transmitido por emissoras de televisão, muitos estudiosos afirmam que isso teria sido crucial para o início do modelo utilizado pela MTV anos depois (uma emissora dedicada a passar videoclipes de artistas e bandas na televisão).
A Primeira Transmissão ao Vivo Via Satélite da História
Logo em seguida ao videoclipe, em 1967, os Beatles protagonizaram mais um marco histórico para a música e para o mundo: A primeira transmissão mundial ao vivo via satélite da história. Na ocasião, foi transmitido a banda tocando, direto do Abbey road studios, em Londres, a música hino e símbolo All you need is Love. Agora, o grupo liderado por Lennon, era pioneiro na transmissão de apresentações artísticas ao vivo pela televisão, algo comum na atualidade.
Outros Feitos
Além do que já foi citado, os Beatles também marcaram a indústria por outros feitos pioneiros e influentes. Entre eles, podemos citar letras das músicas no encarte dos discos, inovações técnicas em gravações de estúdio (como Feedback, Fade In, efeitos e colagens sonoras), baterista que canta e toca ao mesmo tempo e, até mesmo, o Heavy Metal, já que muitos consideram a música Helter Skelter a primeira a se encaixar no que veio a ficar conhecido nos anos seguintes como o gênero Metal em si.
Além disso, a banda foi pioneira em um modelo de se fazer música conhecido como Álbum conceitual, onde em um mesmo álbum o artista/banda conta uma história ou aborda um tema fixo através de músicas conectadas entre si. Esse modelo criado por eles em Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band viria a ser o início da forma tão utilizada posteriormente por artistas como Pink Floyd e David Bowie.
Já hoje em dia, 50 anos depois do final da banda, os Beatles continuam vivos no coração de milhões de pessoas ao redor do mundo. Mesmo hoje, o grupo ainda é alvo de adaptações para outras mídias, sendo na verdade uma marca. Nos jogos, por exemplo, temos o sucesso The Beatles Rock Band. Já no cinema, a banda já serviu de inspiração para longas de sucesso, como Across the Universe, de 2007 e, mais recentemente, Yesterday, de 2019.
Futuro?
E se perguntarem qual é o futuro dos Beatles? Não é necessário ser nenhum vidente para decifrar. O legado musical, cinematográfico e cultural é eterno. Assim como a mensagem atemporal de Lennon e seus companheiros. Tudo que nós precisamos é o amor. O amor é tudo que nós precisamos. Feliz aniversário e obrigado por tudo, John Lennon!
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