Ano após ano, as escolhas da Academia de Los Angeles nos prêmios Oscar são questionadas por boa parte do público e da crítica. Em 2023, é claro que isso não foi diferente. Entretanto, uma escolha específica da entidade parece ter sido unanimidade: Brendan Fraser confirmando o seu favoritismo (o ator já havia vencido o Critics` Choice Awards e o SAG Awards de 2023, dois dos principais “Termômetros do Oscar”) e levando para casa o prêmio de Melhor Ator por A Baleia (2022).
A essa altura do campeonato, não é novidade para ninguém que Fraser, um nome que marcou uma geração com seus papéis em filmes de ação e comédia, viveu um sumiço dos holofotes nos últimos anos. De toda forma, quem assistiu ao discurso emocionado do ator após ter seu nome anunciado como um dos vencedores do Oscar 2023, talvez não imagine exatamente pelo que ele tenha passado nos últimos anos de sua vida e o porquê dessa vitória representar uma volta por cima que coroa uma história de superação para ele.
A ascensão ao sucesso
Brendan James Fraser nasceu em 1968, no Estado de Indiana, nos Estados Unidos. Quando jovem, ele se mudou para Londres, e no período de tempo em que morou na cidade, começou a desenlvolver o seu interesse pela atuação. Assim, quando retornou ao seu país natal, ingressou na Seattle’s Cornish Institute em busca do sonho de se tornar ator.
As primeiras oportunidades apareceram nos anos 90. Na época, Fraser esteve em filmes como a comédia O Homem da Califórnia (1992), em que intepretava um homem das cavernas que acordava nos dias atuais, e o drama Código de Honra (1992), que o levou a contracenar com Ben Affleck, Matt Damon, Chris O`Donnell e Anthony Rapp.
Entretanto, foi no final da década de 1990 e início dos anos 2000 que o ator viveu uma ascensão ao sucesso estrondosa. Estrelando filmes que o transformaram em um dos nomes mais queridos e bem pagos de Hollywood, como George: O Rei da Floresta (1997), A Múmia (1999), Crash: No Limite (2004) e Viagem ao Centro da Terra (2008), Brendan Fraser viveu o seu auge, e um declínio de sua carreira como ator parecia inimaginável.
O Declínio
Foi no início dos anos 2010, entretanto, que as coisas começaram a não correr assim tão bem para o ator. Desse período em diante, Brendan Fraser se afastou completamente dos holofotes e da grande mídia, fazendo apenas algumas aparições discretas e em papéis menores no Cinema e na Televisão- Dentre os seus trablhos no período, estão as séries The Affair (2016-2017) e Trust (2018).
Em 2018, em meio ao auge de movimentos contra o assédio como o “Me Too”, veio a revelação de uma de suas principais decepções e traumas para com a indústria que uma vez sonhara em fazer parte: no ano de 2003, Fraser foi vítima de assédio sexual pelo jornalista Philip Berk, o até então presidente da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA), que é responsável pela entrega do Globo de Ouro– premiação que o ator, inclusive, se recusou em estar presente em 2023.
Na ocasião, ele diz que Berk apalpou suas nádegas e utilizou um dos seus dedos para acariciar suas partes íntimas, em um almoço promovido pela associação no Beverly Hills Hotel. O ator revelou que, na época, o ocorrido o deixou muito abalado e com medo, o que o levaria a viver por cerca de quinze anos sem coragem de comentar o caso publicamente.
Além disso, no ano de 2007, o ator ainda veio a enfrentar o divórcio de sua então esposa na época, a atriz Afton Smith, e o resultado o levou a enfrentar uma grave crise financeira. Piorando a situação, Fraser também se viu sofrendo, além de danos em suas cordas vocais, de problemas nas costas e nos joelhos, que, após um número considerável de cirurgias nas regiões, o impossibilitariam de realizar cenas de ação.
O resultado de todos esses fatores somados não foi dos mais fáceis para o ator. Brendan Fraser passou a enfrentar a depressão, o que o levou a ganhar peso e se afastar cada vez mais dos seus tempos áureos, ficando por mais de dez anos fora da grande mídia.
A Volta por cima
Nos últimos anos, entretanto, o ator vem protagonizando uma volta por cima inspiradora. Retornando timidamente para produções de mais destaque, Fraser esteve na série Patrulha do Destino (2019-atualmente), da DC, e trabalhou no filme Nem um Passo em Falso (2021), do diretor Steven Soderbergh. Porém, foi A Baleia (2022), do cineasta Darren Aronofsky, que o fez voltar aos holofotes de vez.
No filme, ele vive Charlie, um professor de inglês que, depois de passar por algumas tragédias pessoais, vive recluso e sofrendo de um caso agudo de obesidade. Simultaneamente, ele busca por redenção reestabelecendo uma relação com a sua filha adolescente (Sadie Sink).
Controverso, A Baleia é, de qualquer forma, um longa que inegavelmente possui em seu enredo um reflexo da história do próprio Brendan Fraser. A atuação do ator no filme é poderosa, a aclamação recebida por ela é, sem dúvidas, merecida e, como dito por ele mesmo em um dos seus discursos na temporada (no SAG, mais especificamente): “Se você, como o Charlie, luta contra a obesidade ou sente que está em um momento obscuro, você também pode ter força para apenas se levantar e ir para a luz. Coisas boas vão acontecer”.
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