Casablanca: Um dos filmes mais icônicos da História faz 80 anos!

Casablanca: Um dos filmes mais icônicos da História faz 80 anos!

“De todos os bares, de todas as cidades, no mundo inteiro, ela tinha que entrar logo no meu.”

Rick Blaine/Humphrey Bogart

“Nós sempre teremos Paris”. Essa é a icônica frase (dentre as incontáveis aqui presentes) que Rick Blaine, o cínico anti-herói interpretado por Humphrey Bogart, recita para Ilsa Laszlo, um antigo caso amoroso seu interpretado pela sempre estonteante Ingrid Bergman, no antológico clímax de Casablanca (1942). Um clássico absoluto do Cinema, o filme completa 80 anos de seu lançamento original nos cinemas e, muito por conta desse e de tantos outros momentos destinados à eternidade, ainda se mantém como uma das experiências mais vivas no imaginário popular dos apaixonados pela sétima arte.

Apesar de qualquer prestígio ou frase que se tornou favorita entre cinéfilos, é interessante observar, quando voltamos essas oito décadas no tempo, que Casablanca, bem como inúmeros outros filmes hoje considerados grandes clássicos, nem sempre foi esse fenômeno todo. Pelo menos não durante a sua concepção, já que os próprios envolvidos na produção não acreditavam em um potencial de sucesso genuíno do longa- que teve uma estreia limitada na cidade de Nova York em novembro de 1942 e, mais tarde, em janeiro de 1943, seria lançado de forma mais abrangente pelo território norte-americano.

Pôster de Casablanca.

Inspirado na peça de teatro “Everybody Comes to Rick´s“, de Murray Burnett e Joan Alisson, que, curiosamente, jamais chegou a ser encenada, e produzido em plena Segunda Guerra Mundial, o filme nos conta a história de Rick e Ilsa, o icônico casal interpretado por Bogart e Bergman- que, de início, por mais inimaginável que isso possa soar hoje em dia, não eram as primeiras opções da produção para a dupla de protagonistas do romance.

Em plena Segunda Guerra Mundial, Rick encontra refúgio do conflito na cidade de Casablanca, no Marrocos, onde comanda o Rick´s Café, uma movimentada casa noturna da região. Clandestinamente, porém, Rick, que se diz neutro no conflito, ajuda refugiados a escapar da perseguição nazista.

Assim, quando um casal chega a Casablanca e se vê precisando de sua ajuda, Rick acaba reencontrando Ilsa, casada com Victor Laszlo (Paul Henreid), um dos líderes da resistência tcheca contra os nazistas. Por meio de flashbacks, nós descobrimos que, antes do começo da guerra, a dupla viveu uma intensa história de amor em Paris e que Ilsa abandonou Rick repentinamente após o início do conflito.

“O mundo inteiro desmoronando e nós escolhemos esse momento para nos apaixonarmos.”

Ocorrendo majoritariamente em estúdios, as filmagens de Casablanca não foram das mais tranquilas, com o roteiro sendo escrito e reescrito constantemente até mesmo durante as próprias gravações. Apesar disso, em seu lançamento, o sucesso de bilheteria do filme foi considerável e Casablanca faturou três prêmios Oscar no ano de 1944- Melhor Filme, Melhor Direção para Curtiz e Melhor Roteiro Adaptado para o trio Julius J. Epstein, Philip G. Epstein e Howard Koch. Hoje em dia, o filme é considerado um dos maiores representantes dos valores e das ideologias que marcaram as principais produções da chamada Era de Ouro de Hollywood

Dirigido pelo húngaro Michael Curtiz, como dito, são inúmeras as sequências memoráveis que compõe Casablanca. Dentre elas, além do supracitado clímax, onde acompanhamos a despedida de Rick e Ilsa no aeroporto de Casablanca, há o momento em que Ilsa pede para que o pianista Sam (um velho conhecido dela e de Rick) toque “As Time Goes By” (“Toque Sam. Toque As Times as Goes By“); todo o segmento em que Rick afunda as mágoas após rever Ilsa (“De todos os bares, de todas as cidades, no mundo inteiro, ela tinha que entrar logo no meu.”) e a emocionante sequência em que Laszlo e os presentes no Rick´s Café entonam o hino francês, la marseillaise, de forma fervorosa de frente para oficiais nazistas.

“Eu sou um bêbado.”, afirma Rick Blaine quando questionado sobre sua nacionalidade.

Todos esses momentos, entretanto, não teriam tanto impacto se não fosse pela direção consistente de Curtiz e pela fotografia das mais memoráveis do cinema de Arthur Edeson, que são os destaques na construção de uma atmosfera infalível em ser envolvente. Apesar de Casablanca não ser um Filme Noir em si, são os fortes elementos das produções Noir (um estilo que se tornava cada vez mais popular na época da realização do filme) aqui presentes, como o uso eficaz das sombras e de contrastes de luz, que ditam os principais acontecimentos do filme.

Essas são escolhas que, dado o contexto de Casablanca, representam de forma certeira a dualidade dos personagens, o clima de angústias e as tensões dessa época movida por um conflito global- sentimentos esses que permeiam em maioridade as sequências situadas em Casablanca, sobretudo no Rick´s Café. Sendo que, quando o filme muda o seu foco para o flashback dos protagonistas em Paris antes da Guerra, há, de início, um tom quase onírico para representar o romance do casal, que destoa de forma perfeita dos acontecimentos que acompanhamos no tempo presente do filme.

Humphrey Bogart e Ingrid Bergman nos bastidores de Casablanca.

É nesse denso cenário que, em sua parcela final, Casablanca se concentra na escolha de Rick com relação ao destino de sua relação com Ilsa e ao destino de Victor Laszlo. Sendo assim, é inegável que a escolha final do personagem interpretado com maestria por Humphrey Bogart representa a verdadeira índole por trás de seu lado cínico que busca fugir dos traumas de seu passado- marcado, inclusive, por ativismo na luta junto aos mais desfavorecidos.

Ao mostrar Rick optando por embarcar Ilsa e Victor em um avião que deixará Casablanca com destino à liberdade, muito mais do que um simples romance clássico hollywoodiano, Casablanca também se torna a história de um homem amargurado e hesitante mas que decide lutar e fazer o que considera como a coisa certa tanto por amor à Ilsa, quanto por uma causa maior, que é justa e nobre.

Dessa forma, Blaine e Ilsa acabam não ficando juntos no memorável final de Casablanca, já que Blaine considera que o melhor para a sua amada é que ela não esteja junto dele (“Você vai embarcar com Victor, esse é o seu lugar.”). Porém, isso já não importa. Afinal, eles sempre terão Paris.

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