A Copa do Mundo do Qatar de 2022 começou com tudo! Por conta disso, hoje decidimos conectar duas paixões mundiais, o Futebol e o Cinema, trazendo uma lista de filmes que foram produzidos em cada um dos oito países que já levantaram a cobiçada taça de campeão mundial: Brasil, Alemanha, Itália, França, Argentina, Uruguai, Espanha e Inglaterra!
Brasil (5 títulos)
-Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)
Abrindo a lista, a escolha não poderia ser outra além do Brasil, o maior vencedor do torneio com cinco títulos (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002).
Expoente do movimento cinematográfico conhecido como Cinema Novo Brasileiro, Deus e o Diabo na Terra do Sol, do cineasta Glauber Rocha, é um dos melhores filmes da história do cinema brasileiro (e mundial). Regado a reflexões e comentários sobre a realidade sociocultural do povo brasileiro, o longa conta a história de Manuel (Geraldo Del Rey), um vaqueiro que, revoltado contra a exploração do coronel Moraes (Mílton Roda), acaba matando-o numa briga. Ele e sua esposa, Rosa (Yoná Magalhães), se juntam então aos seguidores de Sebastião (Lídio Silva), um “profeta” que promete o fim do sofrimento do povo através da fé. Paralelamente, o cangaceiro Antônio das Mortes (Maurício do Valle) é contratado por latifundiários da região para exterminar o grupo.
Alemanha (4 títulos)
-Metrópolis (1927)
A Alemanha, que já levou o caneco para casa em quatro ocasiões (1954, 1974, 1990 e 2014), é também a casa de grandes clássicos do Cinema (M, o Vampiro de Düsseldorf, Aguirre: A Cólera dos Deuses), bem como de um dos mais seminais movimentos da sétima arte: o Expressionismo Alemão.
Dito isso, para representar o país, temos Metrópolis, que, além de um marco expressionista, foi também um dos primeiros grandes exemplos de ficção-científica no cinema, estabelecendo caracterísitcas primordiais do gênero nas telas. Dirigido pelo diretor austríaco Fritz Lang, a história, inspirada em um livro homônimo de Thea Von Harbour (que escreveu o roteiro do filme junto de Lang, seu marido na época), gira em torno de uma sociedade futurista distópica em que trabalhadores, vivendo oprimidos nas áreas subterrâneas da cidade de Metrópolis, dão início a uma revolução contra a opressão da classe dominante, que, por sua vez, controla a superfície.
Itália (4 títulos)
-Ladrões de Bicicleta (1948)
Apesar de não estarem disputando a edição de 2022, os Italianos também são tetracampeões da Copa do Mundo (1934, 1938, 1982 e 2006). Donos de um dos mais ricos e cultuados cinemas de todo o mundo, foi na Itália, por exemplo, em que nasceu o chamado Neorrealismo Italiano, movimento cinematográfico fundamental para o Cinema Moderno. Nele, os cineastas, adotando uma linguagem quase que documental, decidiram expor a realidade do país no pós Segunda Guerra Mundial, filmando majoritariamente em locações reais e com atores não-profisisonais.
Assim sendo, Ladrões de Bicicleta, um dos grandes exemplos do movimento, comandado pelo diretor Vittorio De Sica, conta a história comovente de Antonio (Lamberto Maggiorani) e seu filho, Bruno (Enzo Staiola). Em busca de sobrevivência nessa dura realidade, os dois trabalham colando cartazes pela cidade de Roma com o uso de uma bicicleta. Porém, a vida da dupla vira de cabeça para baixo quando a bicicleta de Antonio é roubada.
França (2 títulos)
-Acossado (1960)
Atual campeã da competição, a França já venceu a Copa do Mundo em duas ocasiões (1998 e 2018). Além da tradição no futebol, o país também foi o berço do Cinema em si, naquela que é a mais aceita das origens da sétima arte, que gira em torno dos irmãos Auguste e Louis Lumiére. Indo além, foi na França onde também surgiu a Nouvelle Vague Francesa, mais um dos mais notáveis movimentos do Cinema Moderno.
Dito isso, um dos pontapés iniciais do movimento foi Acossado, de Jean-Luc Godard, cineasta falecido em setembro desse ano e que foi líder da Nouvelle Vague ao lado de nomes como os de François Truffaut e Agnès Varda. No filme, acompanhamos a história de Michel (Jean Paul Belmondo), um ladrão de carros idealista que, em uma fuga, acaba matando acidentalmente um policial. Fugindo para Paris, ele se reencontra com Patricia (Jean Seberg), um antigo caso amoroso seu que acaba por delatá-lo.
Argentina (2 títulos)
-O Segredo dos seus Olhos (2009)
Rival histórica do Brasil no futebol, a Argentina conquistou o mundo duas vezes na história (1978 e 1986). O país também é dono de um cinema bastante frutífero, que, na contemporaneidade, tem na figura do ator Ricardo Darín um de seus maiores representantes.
Em 2009, o ator estrelou o sucesso O Segredo dos seus Olhos, que venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2010. No longa, Benjamín Esposito (Darín) é um oficial de justiça que, ao se aposentar do seu cargo, decide escrever um livro. Sua inspiração é o caso real de estupro e assassinato de uma jovem, que ele foi testemunha no ano de 1974. Benjamín acaba por conhecer Ricardo, o marido da vítima (Pablo Rago), e, a partir daqui, se vê determinado em ajudar o homem a encontrar o responsável pelo crime.
Uruguai (2 títulos)
-Uma Noite de 12 Anos (2018)
Primeiro campeão da história do torneio (1930), e algoz do Brasil na final da edição realizada em 1950, em nosso próprio país, o Uruguai marca presença na lista com um dos mais recentes sucessos do cinema de seu país: Uma Noite de 12 Anos, do cineasta Alvaro Brechner e que conta a história real de José Mujica, figura histórica que foi presidente do país entre 2010 e 2015.
Na trama, no ano de 1973, Mujica (Antonio de la Torre), Mauricio (Chino Darín) e Eleuterio (Alfonso Tort) são militantes na luta contra a ditadura militar Uruguaia. Os três são presos em atos políticos e encarcerados de forma com que ficam impedidos de terem contato uns com os outros. Enfrentando condições adversas na prisão, que incluem tortura, eles devem encontrar maneiras de sobreviver em meio a um futuro incerto.
Espanha (1 título)
-A Pele que Habito (2011)
Para representar a Espanha (campeã mundial no ano de 2010), nada mais justo do que escolher um filme de Pedro Almodóvar, o mais cultuado cineasta espanhol das últimas décadas.
Em A Pele que Habito, um dos principais sucessos de sua carreira mais recente, acompanhamos a história do renomado cirurgião plástico Roberto Ledgard (Antonio Banderas). Atormentado pela morte de sua esposa, que teve o corpo queimado em um acidente de carro e cometeu suicídio ao ver o estado em que seu corpo ficou após o ocorrido, Legard elabora um minucioso e pertubador plano para vingar a sua filha, Norma (Blanca Suárez), ao acreditar que ela foi vítima de um estupro.
Inglaterra (1 título)
-O Terceiro Homem (1949)
Os ingleses, inventores do Futebol (que venceram a Copa do Mundo no ano de 1966, em edição realizada na própria Inglaterra), chegam para encerrar a nossa lista com chave de ouro, representados pelo clássico O Terceiro Homem, um dos mais importantes filmes Noir da história do Cinema.
Inspirado em um livro homônimo de Graham Greene (que também foi roteirista do longa), o filme nos conta a história de Holly Martins (Joseph Cotten), um escritor americano não muito bem-sucedido que, a convite de Harry Lime (Orson Welles), um velho amigo seu, embarca para a Viena do pós Segunda Guerra para conseguir um trabalho. Ao chegar na cidade, ele fica sabendo, entretanto, que seu amigo foi morto de forma misteriosa após ser atropelado. Holly inicia, então, uma investigação sobre o caso, e acaba por embarcar em uma trama cheia de reviravoltas acerca do verdadeiro destino de Lime.
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