Crítica- A Pequena Sereia: Halle Bailey é destaque em filme que joga seguro na fórmula dos Live Action Disney.

Crítica- A Pequena Sereia: Halle Bailey é destaque em filme que joga seguro na fórmula dos Live Action Disney.

A Pequena Sereia (1989) foi um marco na história da Disney. Lançada em 1989, a animação foi o pontapé inicial daquele que hoje é conhecido como o “Renascimento da Disney”, um período onde, após colecionar inúmeros fracassos ao longo das décadas de 70 e 80, o estúdio de animação se viu finalmente voltando ao sucesso crítico e comercial- o que acabaria por culminar em uma de suas décadas mais frutíferas até hoje, em que uma geração inteira seria marcada por clássicos como A Bela e a Fera (1991), Aladdin (1992), O Rei Leão (1994) e Tarzan (1999).

Dito isso, se hoje a indústria blockbuster de hollywood vive a sua fase mais nostálgica, trazendo de volta para as telas obras que marcaram época no passado (de Star Wars a Os Caça Fantasmas e Top Gun), chegou então a vez da história de Ariel ganhar a sua versão atualizada seguindo os moldes daqueles que são um dos maiores exemplares dessa era nostálgica hollywoodiana: os remakes em live-action das grandes animações Disney.

Seguindo a espinha dorsal da animação de 1989, na trama de A Pequena Sereia (2023) Ariel (Halle Bailey) é uma jovem sereia que sonha em conhecer o mundo dos humanos. Um dia ela decide finalmente visitar a superfície, e, após salvá-lo de um naufrágio, acaba por se apaixonar por um belo príncipe chamado Eric (Jonah Hauer-King). Assim, em busca de encontrá-lo, Ariel decide por fazer um pacto com Úrsula (Melissa McCarthy), uma bruxa que lhe promete pernas em troca de sua voz.

De imediato, é interessante notar como que, diferentemente da animação de 1989, que, como dito, hoje configura-se como um marco de uma indústria, essa nova versão da história não almeja ser algo que inove ou seja minimamente diferente. Aqui, temos um filme que, por essência, busca se encaixar em um modelo de eficiência dessa categoria de remakes, que visam, acima de tudo, o despertar de sentimentos nostálgicos nas audiências e, como consequência, o retorno financeiro para os cofres da Disney- e isso não significa que estejamos diante de um filme ruim ou ofensivo, já que A Pequena Sereia é, dentro desse contexto, um longa honesto em cumprir com o seu propósito.

Reproduzindo ao pé da letra certas passagens do filme de 1989 e adicionando elementos singelos à sua trama na busca de encorpá-la (um caminho costumeiro desses live-action), como é o caso de músicas inéditas, A Pequena Sereia busca trazer a vida a identidade visual da animação por meio das cores. Apesar da falta de contraste de algumas cenas (fator que chama atenção principalmente quando a montagem do longa intercala cenas mais “escuras” com outras melhor iluminadas), existe um esforço criativo na busca de uma pluralidade de elementos visuais que chame atenção, sobretudo nas sequências musicais e em tudo que envolve o reino de Atlântida- da direção de arte à vida marinha como um todo.

Paralelamente, em determinadas passagens, a fotografia adota um filtro que mistura tons que vão do azul até um cinza levemente rosados, que evoca um clima romântico e bucólico para certas cenas, funcionando bem nas interações românticas entre Eric e Ariel. Alicerçando a imersão, a câmera de Rob Marshall (diretor do bem-sucedido musical Chicago e um velho conhecido da Disney, que trabalhara para o estúdio em Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas, Caminhos da Floresta e O Retorno de Mary Poppins) aposta em uma decupagem fluida, com muitos planos em travellings que passeiam pelos cenários submarinos.

De toda forma, o destaque do filme é Halle Bailey. Em detrimento da Ursula de Melissa Mccarthy, que parece apagada (mas não por culpa da talentosa atriz, que faz o que lhe cabe) e cujo a motivação não é aprofundada além de uma vingança simplória, a jovem, dona de uma beleza exótica e com uma presença de tela marcante, transmite a personalidade de Ariel com muito mérito, em que se destacam não só suas performances vocais marcantes, como também sua expressividade doce ao mesmo tempo que melancólica, de quem possui esperança na busca por ir além sem perder sua essência bondosa. A atriz é tão natural no papel que a questão da mudança da etnia da personagem se torna uma discussão completamente insignificante aos olhos dos espectadores.

Em suma, A Pequena Sereia é um filme livre de riscos, que joga seguro dentro de um “manual” criativo que sustenta o que são essas adaptações em live action Disney. Se por um lado não temos nada que proponha inovação, por outro temos uma história que agrada na nostalgia e pela grande performance de sua protagonista, que faz o canto dessa icônica sereia ser mais uma vez encantador.

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