Crítica: Raya e o Último Dragão é o encontro entre os valores clássicos e modernos das animações Disney!

Crítica: Raya e o Último Dragão é o encontro entre os valores clássicos e modernos das animações Disney!

Originalmente programado para novembro de 2020, Raya e o Último Dragão, a mais nova animação dos estúdios Disney, estreou essa semana simultaneamente nos cinemas e no Disney Plus, o serviço de streaming da casa do Mickey, onde para conferir o filme é necessário pagar um valor por fora da mensalidade (o chamado Premier Access). Para os fãs das animações Disney, a boa notícia é que o 59º filme do estúdio não deixa a desejar, já que é tudo que podemos esperar de uma animação Disney. Na verdade, Raya e o Último Dragão trata-se de um encontro dos elementos clássicos das obras da empresa, promovidos desde os seus primórdios, com os seus valores modernos de representatividade e inclusão.

Inspirada em contos (e na cultura como um todo) do Sudeste Asiático, que inclui países como Indonésia e Tailândia, na trama do longa, somos apresentados a Raya, uma jovem guerreira que vive na terra encantada de Kumandra, que um dia, antes da extinção dos dragões, fora um lugar rico de recursos naturais e onde cinco povos viviam unidos. Ao longo do filme, acompanhamos a jornada dela em busca do último dragão, para salvar seu lar de uma força obscura que ameaça destruí-lo e reunir os cinco povos mais uma vez.

O roteiro do filme é básico, em linhas gerais. Lembrando bastante a história do clássico O Cristal Encantado (1982), do saudoso Jim Henson (criador dos Muppets e Vila Sésamo), a trama anda de A, para B até C com certa simplicidade. Porém, como simplicidade não é sinônimo de baixa qualidade, o longa nos leva para uma viagem imersiva pelo mundo de Kumandra e suas cinco regiões, sendo esse um dos maiores acertos do enredo desenvolvido e conduzido (principalmente) por Don Hall e Carlos López Estrada. Raya tem uma história leve, divertida, coesa, recheada de cenas de ação bem elaboradas, de certa forma fugindo dos padrões Disney de números musicais, e personagens carismáticos e cativantes.

Por falar em personagens, Raya (que na versão original é dublada pela atriz Kelly Marie Tran, a Rose de Star Wars: Os Últimos Jedi) é uma protagonista feminina forte, com personalidade e muito habilidosa no combate corpo a corpo, sendo mais uma das criações recentes da empresa que fogem do estereótipo da princesa em apuros aguardando a chegada de um príncipe encantado. É claro que, ao longo da sua jornada, ela conta com a ajuda de aliados e esse é mais um dos maiores acertos do filme, tendo em vista que são todos extremamente carismáticos, agregando bastante ao filme e não ofuscando os momentos de brilho da nossa protagonista. Desde o início, nós espectadores, compramos a briga de Raya, que sofreu uma traição que mudou sua vida, e nos encontramos dispostos a acompanhá-la em sua aventura. Os coadjuvantes estão aqui para torná-la ainda melhor e mais divertida.

Outro destaque impressionante de Raya são os visuais da animação. É incrível enxergarmos o nível de realismo imagético que filmes animados vem alcançando nos últimos anos, principalmente as obras da própria Disney e da Pixar (que é uma subsidiária Disney, então “está tudo em casa” de um jeito ou de outro…). Raya e o Último Dragão usa e abusa das cores ao longo da projeção, o que só transforma o filme em uma experiência ainda melhor de se assistir e mais encantadora, com sequências em tela que flertam com o psicodelismo. Além disso, também vale ressaltar o número de detalhes vistos em cena, principalmente para a construção do universo onde o filme se passa. Os povos e lugares que fazem parte de Kumandra são todos ricos em detalhes que os diferenciam uns dos outros de forma funcional, sendo interessante também, nesse ponto, o lado da representatividade, promovida aqui por meio dessa retratação do sudeste asiático.

É importante ressaltar que Raya e o Último Dragão também é uma animação padrão Disney em termos de final feliz e mensagem otimista. Nesse ponto, é claro que o filme pode ser acusado de ser extremamente previsível e clichê. Porém, a questão não é que ele não o seja. O ponto cerne é que essa fórmula prova-se mais uma vez viável, sendo impossível não sair do longa com um sorriso no rosto e satisfeito com a conclusão, que além de “feliz”, traz consigo uma bela mensagem sobre união e confiança uns nos outros. No atual momento da humanidade, esses são temas que caem feito uma luva e é sempre bom ver o cinema, aqui cumprindo sua missão enquanto arte, trazendo-os para o público.

Dessa forma, Raya e o Último Dragão é a mistura da fórmula e valores da Disney clássica e moderna. Uma aventura cercada de magia, elementos característicos dessa categoria de filmes e um final feliz, com coração e rico em esperança. Junto disso, personagens cativantes e carismáticos, que promovem a tão essencial representatividade, principalmente a protagonista, uma figura feminina poderosa e com quem o público se identificará, tanto as crianças, quanto os adultos. Tudo isso feito com o mais alto padrão técnico que as animações de hoje em dia vem exigindo. No nosso atual contexto, é gratificante ver mais um bom filme da Disney.

Nota: 8,5

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