Em meio a uma avalanche de continuações e reboots anunciados — como Frozen 3 e 4, Toy Story 5, Zootopia 2 e Quarteto Fantástico: Primeiros Passos — Bob Iger, CEO da Disney, afirma que o estúdio não está priorizando sequências em detrimento da criação de novas histórias. A declaração foi dada durante uma recente teleconferência de resultados da companhia, respondendo ao crescente questionamento sobre a aparente dependência da Disney em suas franquias clássicas (via Variety).
Segundo Iger, a Disney continua comprometida com a criação de novas propriedades intelectuais (IPs), mesmo reconhecendo os desafios inerentes a essa tarefa. “Continuamos focados em criar novas propriedades intelectuais. Obviamente, isso tem grande valor para nós a longo prazo”, afirmou o executivo. “Mas também sabemos que a popularidade das nossas franquias mais antigas continua de forma significativa, e as oportunidades de produzir sequências ou converter o que antes era animação para o live-action […] são simplesmente uma grande oportunidade para a empresa.”
Esse equilíbrio, segundo ele, é essencial: mais do que priorizar uma abordagem em detrimento da outra, o foco da Disney está em lançar ótimos filmes que ressoem com o público.
Iger também citou o caso da Marvel Studios, que mesmo relançando marcas conhecidas como o Quarteto Fantástico, busca apresentar personagens a novas gerações. “Nós meio que consideramos isso como algo original, porque estamos apresentando esses personagens a pessoas que não estão familiarizadas com eles”, comentou.
Essa abordagem busca justificar o investimento em títulos que, embora façam parte do acervo clássico da Marvel, ganham roupagens renovadas, como é o caso de Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, recentemente lançado nos cinemas.
Apesar do discurso equilibrado, os números de bilheteria revelam um cenário diverso. O live-action de Lilo & Stitch surpreendeu ao ultrapassar US$ 1 bilhão em bilheteria mundial, consolidando a força da nostalgia no catálogo Disney. Já o reboot de Quarteto Fantástico acumula mais de US$ 350 milhões globalmente — um número considerável, mas ainda aquém do ideal para se tornar um sucesso totalmente consolidado.
Por outro lado, a tentativa da Pixar de lançar algo completamente novo com Elio não teve o mesmo êxito. O filme se tornou a pior abertura de um filme original do estúdio, expondo as dificuldades enfrentadas por novas IPs para competir com o apelo das já estabelecidas.
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Após anos de incertezas na pandemia, a Disney parece estar apostando em uma estratégia de risco controlado: aproveitar a força de suas marcas históricas ao mesmo tempo em que busca terreno para novas ideias. A fórmula, embora segura, ainda depende do apetite do público por inovação.
Enquanto isso, Iger reitera: o objetivo maior não está nas continuações ou nos reboots em si, mas na criação de filmes que emocionem e conquistem plateias, sejam elas embaladas por nostalgia ou novidade.
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