Essa semana saíram os indicados ao Emmy Awards 2020, o Oscar da televisão. Entre as séries indicadas está The Mandalorian (2019-presente). Com 15 indicações, incluindo a principal categoria da noite (Melhor série dramática), a série só se prova cada vez mais como um sucesso e um dos maiores acertos da Disney em sua gestão da saga Star Wars.
The Mandalorian é a primeira série em Live Action da saga criada por George Lucas e assim como a estreia da franquia no cinema em 1977 chegou batendo recordes e alcançando aclamação. Se voltarmos no tempo até a cerimônia do Oscar de 1978, por exemplo, o primeiro Star Wars levou 7 estatuetas da premiação (o maior vencedor da noite) de um total de 10 indicações. Além disso, Star Wars foi a maior bilheteria de 1977 e a maior bilheteria de todos os tempos naquela época.
Por sua vez, The Mandalorian foi uma das campeãs de audiência em 2019, batendo séries populares como Stranger Things e fazendo com que muitas pessoas assinassem o Disney+ (Serviço de streaming próprio da empresa) só para assistirem a série. Não só isso, agora, como já dito anteriormente, a série é uma das mais indicadas nos prêmios Emmy de 2020.
Então afinal, qual é o segredo do sucesso da série? A resposta não é tão simples. Muitos podem achar que é a presença do personagem “The Child”, que ficou popularmente conhecido como Baby Yoda pelos espectadores do programa. Claro, ele é sem dúvidas um dos pontos positivos (e graciosos) da série, porém a qualidade dela vai além.
O argumento de que: “Ah, é Star Wars, é óbvio que vai agradar e fazer sucesso” também é falho aqui, tendo em vista as últimas decisões tomadas pela Disney com a franquia, que incluem filmes que chegaram ao fracasso completo, como Han Solo: Uma História Star Wars (2018).
O real segredo do sucesso de The Mandalorian se encontra nas pessoas envolvidas no desenvolvimento da série. Mais especificamente duas peças chaves desse processo: Os talentosos Jon Favreau e Dave Filoni. O primeiro é famoso por dirigir e atuar nos dois primeiros longas do Homem de Ferro e no Live action de Mogli. Já Filoni é carta conhecida dos fãs de Star Wars. Pupilo de George Lucas, ele trabalhou com o criador na animação Star Wars: A Guerra dos Clones e na era Disney foi o “chefão” por trás da boa animação Star Wars: Rebels.
Os dois, como já disseram em entrevistas, nutrem um respeito muito grande por todo universo e ideais estabelecidos por Lucas para Star Wars (inclusive, o próprio CEO da Disney afirmou que Favreau lembra muito Lucas no modo de pensar). Favreau se aconselhou com George durante todo processo de criação e Filoni, como dito anteriormente, trabalhou previamente ao lado dele em outras ocasiões.
Somados a isso, temos uma série incrível sob ponto de vista técnico. A fotografia, os figurinos, o roteiro e os novos personagens. Tudo é incrível e nos faz crer que estamos no universo Star Wars. Aqui temos também uma nova abordagem e exploração mais a fundo dessa galáxia muito, muito distante. O foco não são os Jedi e os Sith ou Império e Rebelião. Acompanhamos na verdade o submundo dessa galáxia, a realidade dos caçadores de recompensa e das pessoas comuns, que muitas vezes não tem nada a ver com esses conflitos citados anteriormente, mas acabam sofrendo consequências de qualquer forma (vide o protagonista da série).
Dessa forma, The Mandalorian é Star Wars de volta ao topo depois de algumas polêmicas e decisões equivocadas da Disney. É, também, o resultado da soma do talento individual de seus envolvidos com o respeito aos valores estabelecidos pelo criador da saga. Fatores não tão diferentes daqueles que transformaram a franquia no fenômeno que é desde 1977. Que venha mais The Mandalorian e produções que sigam seus passos no futuro. Esse é o caminho!
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