Rambo 40 anos: De veterano traumatizado a herói imbatível de Stallone!

Rambo 40 anos: De veterano traumatizado a herói imbatível de Stallone!

“Na cidade você é a lei, aqui sou eu. Não me provoque ou eu te darei uma guerra que você não vai acreditar.”

John Rambo/Sylvester Stallone

Quando Rambo: Programado para Matar (1982) chegou aos cinemas 40 anos atrás, Sylvester Stallone já estava marcado na sétima arte pelo papel de Rocky Balboa. Aquela altura do campeonato, o ator já havia intepretado o boxeador da Filadélfia por duas vezes: no vencedor do Oscar de Melhor Filme Rocky: Um Lutador, de 1976, e na sequência desse, Rocky II: A Revanche, lançado em 1978. Dito isso, foi com o papel do traumatizado veterano da Guerra do Vietnã que o ator conseguiria se provar de vez em hollywood para além do azarado lutador.

Stallone como Rocky em Rocky II: A Revanche.

Dieferentemente de Rocky, cuja ideia surgiu da própria mente criativa de Stallone, em uma época em que ele enfrentava um dos piores momentos de sua vida pessoal e financeira, a história por trás de Rambo começa na literatura, com o romance “First Blood” (que também é o nome do filme em seu idioma original), lançado em 1972 e escrito por David Morrell.

Antes de Rambo dar as caras nas telas pela primeira vez, ao longo dos anos 70, foram inúmeras tentativas frustradas de adaptar o livro de Morrell. Dentre alguns dos diretores que estiveram envolvidos anteriormente no projeto, três deles foram George Miller, famoso pela franquia Mad Max, Mike Nichols, de A Primeira Noite de um Homem (1967), e Sydney Pollack, que, no mesmo ano do lançamento de Rambo: Programado para Matar, realizou a comédia Tootsie (1982). Além disso, antes mesmo de Stallone ter sido escalado, foram cogitados icontáveis nomes para viver Rambo. Dentre eles, Robert De Niro, Al Pacino, Clint Eastwood, Paul Newman, Steve McQueen e Dustin Hoffman.

Na trama do filme, acompanhamos a história de John J. Rambo (Sylvester Stallone), um boina verde veterano da Guerra do Vietnã que chega a uma pequena cidade nos Estaods Unidos em busca de reencontrar um velho amigo, que servira com ele na Guerra. Na cidade, ele é preso injustamente pelo xerife Teasle (Brian Dennehy), acusado de ser um “desocupado” pelo olhar preconceituoso da autoridade local. Rambo, entretanto, consegue fugir e utiliza todas as suas habilidades dos campos de batalha em um conflito direto contra os policiais que o prenderam e torturaram, resultando em total caos e destruição na pequena vizinhança e na necessidade de envolvimento do antigo mentor de Rambo, o Coronel Sam Trautman (Richard Crenna), para conter a situação.

Pôster original de Rambo: Programado para Matar.

A direção, no final das contas, ficou nas mãos do búlgaro-canadense Ted Kotcheff. Já o roteiro do filme sofreu inúmeras modificações até chegar a uma versão final definitiva. Nesse contexto, é importante ressaltar o papel criativo desempenhado por Sylvester Stallone na produção. Antes do envolvimento do ator no projeto, o roteiro do filme era consideravelmente diferente. Dentre as mudanças propostas por Stallone, a principal delas foi em relação ao desfecho dado para Rambo, que, ao invés de permanecer vivo, cometeria suicídio nos esboços iniciais, coroando, assim, um final trágico para o longa.

Possibilitada, dessa forma, de ganhar continuaçãoes, a história de Rambo ganhou sequências que prezaram por uma ação mais “simples” e direta, sendo justamente essa visão comercial de Stallone, de transformar o filme em mais uma de suas franquias cinematográficas de sucesso, o motivo que o faria convencer a produção a adaptar o final. Nos anos 80, foram dois novos filmes- Rambo II: A Missão (1985) e Rambo III (1988), ambos com forte liderança criativa de Stallone, que ajudaria a sedimentar o personagem como um dos princiapais heróis imbatíveis do cinema de ação hollywoodiano dos anos 80.

O “Exército de um Homem só” em ação em Rambo II: A Missão.

Apesar disso, muito se fala sobre as qualidades técnicas e os temas abordados no primeiro Rambo, que se sobressaem em relação aos altos níveis de testosterona em prol do entretenimento de suas continuações. Na verdade, aliada às excelentes sequências de ação sob o comando de Ted Kotcheff, em Rambo: Programado para Matar há uma poderosa história sobre os preconceitos da sociedade estadunidense e, sobretudo, o estresse pós-traumático e as dificuldades sociais enfrentadas por veteranos de Guerra ao retornarem à normalidade.

Desde os primeiros momentos do filme, Rambo é vítima de olhares tortos de indivíduos que encontra pelo caminho. Ao ser preso e agredido, por meio de flashbacks singelos, que estabelecem um paralelo entre os métodos dos vietcongues e da polícia local, a lei norte-americana e os “vilões” que o país enfrentava no Vietnã são postos em posição de igualdade. Além disso, a ação é ditada por um excelente trabalho de câmera de Kotcheff e sua equipe, onde a variedade de movimentos e enquadramentos nas sequências estabelecem a tensão necessária das perseguições pela floresta, onde Rambo, retornando ao seu extinto primordial rústico e selvagem, é quem dita as leis.

Rambo intimida o Xerife Teasle em uma das cenas mais memoráveis do filme.

A atuação de Stallone (muitas vezes questionado com relação às suas habilidades dramáticas) também é destaque. Contida e de poucas palavras na maior parte do tempo, representando, no início, um homem que engole em seco seus traumas e cicatrizes do passado (e aqui também em um sentido literal, dado que, em determinada cena, Rambo revela um corpo demarcado pelas marcas da guerra), há um impactante contraste com sua “explosão” no clímax do longa. Um bem-vindo “overacting” do ator para o desabafo feito ao coronel que o treinou, que revela a verdadeira situação de John Rambo: um homem sozinho no mundo, traumatizado e impossibilitado de estabelecer uma vida normal. Para os veteranos, acima de tudo, nunca há um final verdadeiro para a Guerra e para os seus horrores.

Um grande sucesso de público em seu lançamento, faturando mais de 125 milhões de dólares no mundo todo, contra um orçamento de cerca de 15 milhões, Rambo: Programado para Matar, como dito, virou franquia de inúmeras sequências, Séries Animadas e Jogos na mão de Sylvester Stallone– que, nas últimas décadas, ainda reviveria o personagem em mais duas ocasiões: Rambo IV (2008) e o controverso Rambo: Até o Fim (2019). Indpedente dos méritos e da qualidade das realizações posteriores, é fato que o primeiro longa de Rambo é um clássico. Afinal, foi ele o responsável por apresentar ao mundo um dos heróis de ação que mais marcou gerações ao longo dos anos.

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