40 anos de O Enigma de Outro Mundo: O Clássico de John Carpenter sobre a Paranoia frente ao Desconhecido!

40 anos de O Enigma de Outro Mundo: O Clássico de John Carpenter sobre a Paranoia frente ao Desconhecido!

“Nós não sairemos daqui vivos. Mas essa coisa também não.”

MacReady/Kurt Russel

Dedicando boa parte de sua carreira a produções de horror e ficção-científica, o cultuado cineasta norte-americano John Carpenter é o reponsável por icônicas e influentes obras desses respectivos gêneros. Dentre elas, além de Halloween: A Noite do Terror (1978), um dos filmes pioneiros do subgênero do terror conhecido como Slasher, está O Enigma do Outro Mundo (1982), que, em 2022, completou 40 anos de seu lançamento original nos cinemas.

John Carpenter.

A história por trás de O Enigma de Outro Mundo começa ainda na literatura, com o clássico livro de Ficção-Científica “Who Goes There?”, escrito por Joseph W. Campbell Jr. e publicado originalmente em 1938. Adaptação do livro, o longa de Carpenter, porém, não foi a primeira versão dessa história para o cinema. Em 1951, o aclamado diretor Howard Hawks (Os Homens Preferem as Loiras, Onde Começa o Inferno) já havia contado a sua versão da obra de Campbell, com o longa O Monstro do Ártico, considerado, ao lado de títulos como O Dia em que a Terra Parou (1951) e O Planeta Proibido (1956), um dos mais clássicos filmes de ficção-científica de seu tempo.

Após a Universal conseguir os direitos de refilmagem do filme de Hawks, o estúdio planejava, desde a década de 70, uma refilmagem do longa original. Assim, antes de John Carperter entrar de fato na produção, o nome mais cotado para assumir o projeto era o de Tobe Hooper, de O Massacre da Serra Elétrica (1974). Porém, insatisfeitos com as ideias inciais do cineasta para o filme, os produtores decidiriam dar uma oportunidade a Carpenter, que, naquela época, atraía holofotes para seu nome após o sucesso do primeiro Halloween.

Para o elenco, após nomes como os de Jeff Brigdes, Nick Nolte, Christopher Walken e Fred Ward terem sido descartados, o escolhido para assumir o papel do piloto de helicópteros R. J. MacReady, protagonista do longa, foi o ator Kurt Russel, que já havia trabalhado junto de John Carpenter em Elvis Não Moreeu, de 1979, e Fuga de Nova York, de 1981. Depois daqui, os dois ainda tornariam a ser colaboradores em Os Aventureiros do Bairro Proibido, de 1986, e Fuga de Los Angeles, de 1996.

Carpenter e Russel

Com roteiro escrito por Bill Lancaster (filho do ator Burt Lancaster), na trama, acompanhamos um grupo de cientistas americanos isolados em uma estação de pesquisa na Antártica. Após alguns acontecimentose sem muitas explicações, envolvendo um cachorro e uma base de pesquisa norueguesa vizinha à deles, os integranres do grupo se veem diante de uma forma alienígena parasita microscópica, que, ao invadir o corpo de seu hospedeiro, é capaz de se transformar em uma aterrorizante cópia da vítima.

Pôster do filme.

A abordagem de Carpernter ao horror no filme, rica em elementos da literatura de H. P. Lovecraft e considerada uma das responsáveis por elevar o gênero a outro patamar no cinema, é magnífica. A direção do cineasta é precisa em estabelecer uma tensão claustrfóbica no espectador por meio de sua ambientação, de frieza e ameaça contanstes e notáveis. Assim, se na versão de 1951 era explorada por Howard Hawks uma ameaça material (um monstro em si), na refilmagem de John Carpenter, a ameaça estabelecida pelo diretor é, acima de tudo, psicológica. Isolados do resto da civilização em um local fechado, obrigados a enfrentar uma ameaça invisível (a olho nu) e cercados pela desconfiança de que qualquer um deles possa estar infectado pela “Coisa”, a paranoia crescente é o que permeia a projeção, ditando as ações dos personagens daí em diante.

Além disso, usando e abusando do conceito de “Body Horror“, o filme também foi um marco para o terror em termos visuais. Sobretudo nas cenas em que o parasita misterioso, após infectar suas vítimas, se manifesta. Liderada por Rob Bottin, o trabalho da equipe de efeitos especiais do longa, que consumiu grande parte do orçamento da produção, é de resultado final memorável, com sequências regadas a efeitos especiais práticos dos mais nauseantes da história do cinema.

Apesar desses fatores, assim como inúmeros outros filmes de John Carpenter, O Enigma de Outro Mundo não fez muito sucesso em sua estreia. Completamente massacrado pela crítica da época, o filme também não foi bem nas bilheterias. Enfrentando a concorrência do sucesso avassalador de E.T: O Extraterrestre, a maior bilheteria do ano de 1982 (e a maior de todos os tempos até aquele momento), o filme acabaria arrecadando cerca de 20 milhões de dólares em todo mundo, contra um orçamento de aproximadamente 15 milhões- Um valor considerado alto para os padrões da época, especialmente em relação a produções de terror.

De toda forma, com o passar do tempo, alicerçado pelo fenômeno do Home Video e pelas inúmeras interpretações dos temas presentes em suas entrelinhas, sobretudo uma alegoria à paranoia da Guerra Fria que rodeava os Estados Unidos e o mundo na época, O Enigma de Outro Mundo foi sendo cada vez mais cultuado por amantes do terror e ficção. O que é no mínimo justo, dado que a realização de John Carpenter e cia. é uma das mais completas experiências cinematográficas em todos os sentidos.

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