A ORIGEM DO TERROR NO CINEMA!

A ORIGEM DO TERROR NO CINEMA!

Terror (ou Horror) é um dos mais populares gêneros midiáticos da história da humanidade. Seja na Literatura, Cinema e até mesmo na Música, histórias de terror conquistaram um público cada vez mais ávido a adentrar nesse universo de medo e apreensão que essas obras proporcionam.

Apesar de não ser possível dizer de onde ou quando surgiu o gênero terror de forma geral (não é muita loucura de se imaginar que na pré-história os homens já contassem histórias de terror uns para os outros, por exemplo), estudiosos no assunto costumam separar por mídias a origem.

Na literatura, por exemplo, as origens do terror encontram-se no folclore, que abordava assuntos como fantasmas, demônios e bruxas. Depois disso, na literatura gótica dos séculos XVIII e XIX, que foi evoluindo com o passar do tempo e depois serviu como base para adaptações cinematográficas.

Mas afinal, e no Cinema, como surgiu esse gênero tão popular? Para responder essa questão, vamos por partes:

Gênese de Tudo

O início do terror no Cinema está ligado ao início do Cinema como um todo. De forma geral, historiadores levam em consideração a Sétima Arte como sendo uma invenção dos irmãos Lumière em 1895. Porém, foi o francês George Meliés um dos pioneiros a enxergar essa nova invenção como um meio de se contar histórias. Dito isso, Mélies então produziu filmes revolucionários e considerados como “moldadores” do que viria a ser a linguagem do Cinema (O principal deles Viagem à Lua, de 1902). Entre eles, aquele que é considerado o primeiro filme de Terror da História: O curta-metragem Le Manoir du diable (A Mansão do Diabo), de 1896.

O primeiro Filme de Terror da História!

Expressionismo Alemão

Apesar do que foi dito anteriormente, o Terror como gênero cinematográfico é amplamente considerado como sendo de origem alemã na época da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Com um grande crescimento do seu cinema na década de 1910, a Alemanha produziu exemplares que serviriam de moldes para o gênero no futuro, como Der Andre (1913).

Porém, foi com o fim da Primeira Grande Guerra que surgiu o movimento cinematográfico que seria de influência (ou a origem de fato) ainda maior para o gênero: O Expressionismo Alemão. Com o país afetado de forma severa pela guerra, as consequências do que foi um tempo de depressão para a nação alemã foram refletidas na sétima arte. Os filmes passaram a ser visualmente mais sombrios, com cenários distorcidos e maiores contrastes de luz e sombras. Pelo lado da temática, os longas abordavam a loucura, aberrações e o horror, consequentemente.

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O Gabinete do Dr. Calligari (1920) conta a história de um hipnotizador cujo assistente sonâmbulo supostamente concretiza as visões de assassinato de seu mestre.

Para compreender o movimento, dois filmes são considerados essenciais: O Gabinete do Dr. Calligari (1920), que tem em sua composição visual a distorção dos cenários e jogo de sombras, assim como trata da loucura como um dos temas centrais, e Nosferatu: O Vampiro (1922). Esse último, originalmente tratava-se de uma adaptação de Drácula, de Bram Stoker. Porém, como os direitos foram negados, mudou-se o nome do personagem principal e manteve-se a maioria dos elementos do livro.  

Nosferatu (1922)
Nosferatu, dirigido pelo lendário F. W. Murnau, ajudou a moldar muito do que se entende como sendo característico de Vampiros.

Monstros da Universal e outras produções

No final dos anos 20 (mais especificamente em 1927, com O Cantor de Jazz), chegara o advento do Cinema falado. Com ele, os grandes estúdios hollywoodianos começaram a explorar um gênero cinematográfico cada. A Warner, por exemplo, decidiu investir na temática Gângster. O estúdio foi responsável pela realização daqueles que são considerados os pioneiros do gênero como: Inimigo Público (1931) e Scarface: A vergonha de uma nação (1932), que mais tarde viria a ganhar um remake com Al Pacino.

Por sua vez, a Universal decidiu jogar todas as suas cartas nas adaptações de Romances Góticos do século XIX. Liderados pelo produtor Carl Laemmle Jr e com influência do Expressionismo Alemão, surgiram as primeiras adaptações de Frankenstein, de Mary Shelley, com Frankenstein (1931) e mais uma adaptação de Drácula, de Bram Stoker, com Drácula (1931).

Drácula (1931)
Bela Lugosi como Drácula no filme de 1931. Um ícone cultural, essa versão ajudou a estabelecer o que o imaginário popular entende como sendo o personagem Drácula.

Consequentemente, a Universal ficou conhecida como a casa dos monstros e do terror hollywoodiano. Nos anos seguintes o estúdio produziu filmes como: A Múmia (1932),O Homem Invisível (1933), A Noiva do Frankenstein (1935), O Lobisomem (1941), O Fantasma da Ópera (1943) e O Monstro da Lagoa Negra (1954). Sendo o Fantasma da ópera um remake do filme homônimo (também da Universal) ainda mudo, de 1925.

Crítica | Frankenstein (1931) – Plano Crítico
O Frankenstein de 1931, interpretado por Boris Karloff, também ajudou a estabelecer o arquétipo do personagem na Cultura Pop.

Entre outras produções do gênero que também obtiveram destaque nessa época estão: Duas versões de O Médico e o Monstro, uma em 1931 e outra em 1941, e A Casa Sinistra, de 1932.

Legado

Após as origens citadas anteriormente o terror só cresceu, se diversificou e ganhou espaço nas telas.

Nos anos 50 foi a vez do estúdio inglês Hammer levar os monstros clássicos para as telas, com estrelas como o lendário Christopher Lee (Star Wars e Senhor dos Anéis) no papel de Drácula, por exemplo.

Já nos anos 60, grandes destaques foram Alfred Hitchcock com Psicose (1960), abrindo a década com o pé direito, e Roman Polanski com O Bebê de Rosemary (1968). A Noite dos Mortos Vivos (1968) foi outro grande filme dessa época.

Norman Bates em Psicose. É impressionante a quantidade de pessoas que assiste Bates Motel sem saber que a série é um prelúdio desse clássico.

A década de 70 e 80 foi marcada como o início do terror sangrento com filmes como O Exorcista (1973), O Massacre da Serra Elétrica (1974), Sexta-Feira 13 (1980) e A Hora do Pesadelo (1984).

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Cena clássica de O Exorcista.

Vale ressaltar que foi nessa época também que algumas das mais famosas obras de Stephen King (o mais popular autor do Terror Literário Contemporâneo) foram adaptadas para o Cinema, como: Carrie: A Estranha (1976) e O Iluminado (1980).

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Here´s Johnny! Um dos papéis mais insanos de Jack Nicholson, O Iluminado foi dirigido por ninguém mais ninguém menos que o grande Stanley Kubrick.

Nos anos 90 em diante o Japão se tornou o maior produtor do gênero. O Silêncio dos Inocentes (1991), que venceu cinco prêmios Oscar em 1991, e A Bruxa de Blair (1999), quase um filme amador em que os protagonistas filmam com suas próprias câmeras, como se fosse uma espécie de documentário, também são alguns dos destaques da década.

Atualmente, porém, o nome que vem ganhando os holofotes pela produção de uma onda de excelentes filmes de terror é a produtora A24. Ela é a responsável por filmes como A Bruxa (2015), Hereditário (2018) e O Farol (2019).

https://www.youtube.com/watch?v=aJoGdiyvdYs

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