A Origem das Animações!

A Origem das Animações!

A vez das Animações! Essa semana, no nosso quadro de gêneros cinematográficos, vamos falar sobre um dos mais populares e amados no mundo todo: Animação. Atraindo todas as faixas etárias, das crianças até idosos, podendo ser muitas vezes adultas, deixando para trás a “fama” de serem um gênero infantil, as animações ao longo do tempo já foram feitas de formas diversas, assim como abordaram temas diversos.

Esse não é um tema simples. A ilustração da nossa viagem por esse mundo será feita com exemplares do gênero que utilizaram dos mais simples desenhos à mão até as tecnologias digitais mais avançadas. Vamos entender melhor por partes!

Primórdios

Falar sobre a história das Animações no cinema é falar sobre a história do cinema de forma geral. As animações, muito mais do que um gênero, podem ser consideradas a Pré-História da sétima arte.

Os historiadores levam em consideração o cinema como sendo uma invenção francesa dos Irmãos Lumière, de 1895. Porém, muito antes disso experiências com imagens em movimento já eram realizadas. Sendo a sétima arte um conjunto de fotografias em movimento, antes da invenção das chamadas fotos, esses experimentos eram realizados com ilustrações feitas a mão (desenhos).

Na verdade, o que conhecemos hoje como cinema começou a ganhar forma em meados de 1832-1833, graças ao que ficou conhecido como animação. O Belga Joseph Plateau e o inglês George Horner foram pioneiros em fazer experimentos com aparelhos que projetavam ilustrações e desenhos em sequência e que, consequentemente, resultaram em desenhos animados e cinema “pré-históricos”.

Após os experimentos dos dois citados anteriormente, em 1882, Emile Reynaud realizou a apresentação de animações que ele realizou com um praxinoscópio (aparelho inventado por ele para projeção de imagens). Para muitos historiadores, as apresentações de Reynaud são consideradas verdadeiramente as primeiras animações da história.

Ilustração do experimento de Reynaud.

Dessa forma, observamos que muito antes da invenção da fotografia e, posteriormente, do cinematógrafo dos Lumière, que as projetavam em sequência e resultou no que foi chamado de cinema, esses experimentos de imagens em movimento foram a base da sétima arte como um todo.

A Ascensão como Gênero

Depois da invenção da fotografia (que é atribuída ao francês Joseph Niépce), e das técnicas com elas que resultaram no que é considerado a origem de fato do cinema, as filmagens tomaram o lugar dos experimentos com ilustrações. Porém, no final dos anos 1900, eles foram reinventadas para uma ascensão como gênero. Em 1908, o americano J. Stuart Blackton foi um dos pioneiros da técnica de stop motion. Já o francês Emile Cohl se destacou por produzir diversos curtas animados. Entre eles, Fantasmagorie (1908), que foi um marco para a época.

Trecho de Fantasmagorie, de Emile Cohl.

Em 1909, Winsor McCay elaborou o curta metragem Gertie, o Dinossauro, um dos primeiros desenhos animados exibido em um cinema na história. Já em relação a Longas metragens, os primeiros exemplares foram El Aposto (1917), do argentino Quirino Cristiani, e The Sinking of the Lusitania (1919), também de Winsor McCay.

Poster da animação Gertie, o Dinossauro.

Posteriormente, surgiu o fenômeno O Gato Félix, de Pat Sullivan, que reinou até o surgimento do som. Nessa época também, os Irmãos Fleischer fundaram o Fleischer Studios, que nas décadas seguintes seria extremamente frutífero na era de ouro americana das animações.

O Gato Félix.

A Era de Ouro Americana

Em linhas gerais, a Era de Ouro das Animações americanas compreende o período entre meados dos anos 20 até os anos 60. Foi nela que surgiram os maiores exemplos de personagens e animações bem sucedidas. O estúdio dos Irmãos Fleischer, por exemplo, foi responsável por personagens, como Betty Boop e Popeye, assim como Walter Lantz criou o Pica-Pau.

Alguns dos mais famosos personagens do estúdio Fleischer de animações.

Foi nesse período também que tivemos a ascensão de Walt Disney. Nos anos 20, após sua ideia para o personagem Coelho Oswald ter sido roubada, Disney criou o Mickey, para bater de frente com o Gato Félix. As primeiras aparições do camundongo foram em 1928, nos curtas Plane Crazy e Steamboat Willie. Esse último foi uma das primeiras animações completamente sonoras da história.

Steamboat Willie nos mostrava um Mickey um pouco diferente do que conhecemos.

Além desses feitos, foi Walt Disney quem popularizou a ideia de longas-metragens em forma de animação. Apesar de já terem sido feitos alguns exemplares de animações nesse formato, foi somente em 1937 com o fenômeno Branca de Neve e os Sete Anões (o primeiro filme dos longas da era de ouro da Disney) que esse modelo começou a ser visto como lucrativo. Depois daqui, a Disney realizou alguns dos seus maiores clássicos, entre eles Pinóquio (1940), Dumbo (1941) e Cinderela (1950).

Como na época longas de animação não eram populares, Branca de Neve ficou popularmente conhecido como “A loucura de Disney”. Antes do sucesso, claro…

Já nos anos 40, a MGM trouxe para as telas os famosos Tom & Jerry, da dupla William Hanna e Joe Barbera. Na década seguinte, a Warner popularizou os queridos Looney Tunes (Pernalonga, Patolino, etc.).

Os Looney Tunes.

Hanna e Barbera se uniram, em 1957, para fundar seu próprio estúdio de animação. O Hanna-Barbera foi responsável por sucessos como Os Flintstones e Os Jetsons.

Alguns personagens criados pelos estúdios Hanna-Barbera.

Legado

Falar sobre o legado das animações é falar sobre os resultados obtidos em um gênero que teve frutos ao redor do mundo todo ao longo de décadas. A maioria dos países com indústrias cinematográficas consolidadas de uma forma ou de outra, se arriscaram no gênero.

O caso japonês, por exemplo, é um dos de maior destaque. O país é famoso pela produção de animações típicas conhecidas como animes. Alguns dos destaques dessa indústria são as produções clássicas dos anos 90, como Os Cavaleiros do Zodíaco e DragonBall, e o gigante Studio Ghibli, que entre suas realizações encontram-se os sucessos O Túmulo dos Vagalumes (1988) e A Viagem de Chihiro (2001).

A viagem de Chihiro, de Hayao Miyazaki (um dos fundadores do Ghibli), foi amplamente aclamado, vencendo o Oscar de Melhor animação em 2003.

Nos Estados Unidos, nos anos 90, surgiram outros grandes estúdios de animação, como a DreamWorks (que começou como uma subdivisão da Amblin, produtora de Steven Spielberg) e a Pixar (que começou como uma subsidiária da LucasFilm, de George Lucas, antes de ser comparada por Steve Jobs e, posteriormente, pela Disney).

Toy Story foi a primeira animação da história feita completamente por computação gráfica.

Pelo lado da DreamWorks, temos Shrek (2001) e Madagascar (2005). Já a Pixar realizou clássicos como Toy Story (1995) e Os Incríveis (2004).

Dentre as animações da DreamWorks, Shrek foi uma das mais bem sucedidas. Ela resultou em uma franquia com mais três filmes e um Spin-off focado no Gato de Botas.

Na mesma década, a Disney, após um período sombrio em sua história, de fracassos atrás de fracassos, retornou com a força criativa de jovens mentes para realizar clássicos imortais, como Alladin (1992) e O Rei Leão (1994).

O Rei Leão foi a maior bilheteria de 1994.

No Reino Unido, surgiu o bem sucedido estúdio de animação em stop-motion Aardman. Entre seus destaques está A Fuga das Galinhas (2000).

A Fuga das Galinhas foi uma das animações de maior sucesso da Aardman.

Confira nossas outras matérias do quadro: Terror, Ficção Científica, Western e Máfia!


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